Os impostos municipais foram criados para que o município tenha renda para fazer com que os moradores tenham acesso a meio fio, canalização de águas pluviais, sistema de esgoto, rede de iluminação pública e escola primária ou posto de saúde a pelo menos três quilômetros das casas. Isso é o que diz o Código Tributário Nacional, que rege impostos como o IPTU, mas não é a realidade dos moradores da Estrada Fazenda da Glória, no bairro Lavapés. Toda a infraestrutura básica para viver eles conseguiram com apoio da Justiça, por meio de processos, mas pagam impostos para ter acesso a serviços que não têm, como a coleta de lixo.
— Moro aqui há cinco anos e nunca tive serviço de coleta de lixo. Eu recolho tudo e levo para a entrada do bairro Lavapés, que é o máximo que o caminhão de lixo vai. Eu tinha mandado abrir um buraco no fundo do quintal onde queimava o lixo, mas dava rato. Pedi para a Zoonose (Centro de Controle de Zoonoses – CCZ) colocar veneno uma vez, mas tenho animais em casa. Aí parei de fazer isso, agora junto e coloco na entrada do bairro – revelou a dona de casa, Isabel Maria Ribeiro.
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