QUEM PENSA? Fechando meu sétimo setênio!

Esse ano ou vai ou racha como diz a expressão portuguesa tão usada por nós brasileiros quando decidimos alguma coisa com pouca ou nenhuma chance de volta. O sete é um número místico e, nascida neste dia, não podia deixar de gostar desta simbologia que cerca o número, assim como ser mais observadora de mim mesma, neste momento, em que me dei conta do meu sétimo setênio. Aos 49 anos comecei analisar que estar, no último degrau, rumo à metade de um século tem lá sua responsabilidade cósmica. Principalmente quando a soma do ano também é sete. Sim! Este é o ano: 2 + 0 + 1 + 4 = 7.

Para os mais céticos e, para os menos simpáticos, tudo pode parecer indício de senilidade ou na melhor das hipóteses, falta de assunto. Não me importo, afinal para que serve todo esse caminho? Não tenho me incomodado mais com algumas coisas que, há alguns anos, me tirariam do sério em segundos. O amadurecimento e a observação ajudam muito neste exercício, mas isto não significa que minha capacidade de indignação com as injustiças e a convivência com os hipócritas sejam toleradas. Nunca! Trata-se de uma reavaliação desses últimos sete anos que posso considerar como os mais edificantes, ainda que existam ameaças internas que por alguns momentos nos levam àquele limite entre a insegurança e o equilíbrio tão necessário.

De sexta-feira, dia 7, – não podia ser diferente – e até o mês sete (julho) vou tentar fechar esse ciclo setênio pagando minhas dívidas cósmicas e depois, até o próximo dia 7 de fevereiro, será só correr para o abraço. Pois é. Decidi que vou desenvolver uma nova criatividade. Na verdade, nem sei se tenho alguma, mas vou buscar e dar destaque a uma ação criativa até julho. Anotado. Vou também ter um hobby e isso inclui desligar a televisão e as redes sociais boa parte do tempo. Vou tentar lembrar – minha memória não é boa, acho que também vou cuidar disso – se minhas aptidões, potenciais e talentos, deixados pra trás por variados motivos, estão favorecidos para um resgate neste setênio. Quem sabe?

Neste ciclo ganhei um dos maiores e mais belos presentes: minha filha. Minha querida Maria Nina. Um privilégio ser mãe dessa figurinha divina. E olhando para ela e para todos os outros sorrisos infantis percebo o quanto desperdiçamos tempo com bobagens e/ou pessoas que não valem a pena. E por isso decidi meditar OMMM, comer alimentos mais naturais, retirar todos os excessos (peso – muito excessivo -, consumo – nem tão excessivo assim -, dizer o sim-educado – já tenho me livrado desse há alguns meses -, e as palavras que retardam a vida como “falta tempo”, “é muito trabalho”, “isso não é possível”, entre outras). Manter uma taça de vinho por dia, ler mais poesia e meditar são objetivos da segunda parte deste ciclo.

Espero que consiga tudo isso antes de um infarto, afinal estamos tão sujeitos às mazelas que nos deixamos enredar e, muitos decidem, por este tipo de vida zen depois de um infarto ou outra experiência negativa. Estou tentando evitá-lo – pé de pato, mangalô três vezes – e perceber que esse sete tem um sentido na minha vida: que venham os bons fluídos, que venha um novo amor, mais poesia, mais cultura, mais fraternidade e mais sorrisos. Os astros conspiram a nosso favor, mas é sempre bom estar atenta. Tenho sentido falta também de uma maior proximidade com a religião que abracei, a Umbanda, que além da fé, me ensinou que a caridade é o único caminho para a paz interior. Que os Orixás e todo o povo das sete linhas me ajudem (olha o sete aí de novo).

Não acredito na felicidade como fórmula permanente de vida. Como acreditaria? Há tantas tristezas e barbáries, como é possível ser feliz num mundo assim? Mas ouvi de Matthieu Ricard, um ex-cientista, ex-filósofo e hoje, monge tibetano e considerado o “homem mais feliz do mundo”, que temos uma predisposição para a felicidade, porque não acordamos pensando que será o pior dia do mundo. Quando sabemos discernir felicidade de prazer, esse bem-estar, esta plenitude e quem sabe, a capacidade de entender que “as coisas se consomem à medida que as experimentamos”, isso parece nos dar mais segurança, um sentimento de serenidade e realização. Chegamos a momentos felizes e a uma vida com liberdade interior e força. Oxalá eu consiga chegar lá! Em julho, mês sete de 2014, cuja soma também é sete, voltarei ao assunto. Sete pra você!

Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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