QUEM PENSA? Vergonha alheia!

Tenho conversado com muitos eleitores do prefeito de Resende José Rechuan e percebido um certo constrangimento quando falam das ações do governo, que há um ano, teve a chancela da maioria da população para ficar mais quatro no poder. O constrangimento tem uma razão: Rechuan não entendeu o que queria o cidadão, nem mesmo com as pesquisas que apontavam satisfação para o que estava sendo realizado. Parece que acredita que fazer obra é a melhor forma de impressionar o contribuinte. Não percebeu que o cidadão amadureceu e sabe que um segundo governo não tem desculpas de arrumar a casa e as obras já foram vistas no primeiro mandato. O que tenho percebido, conversando com os eleitores que reelegeram Rechuan é que agora, acreditavam, que a tão sonhada qualidade de vida começaria a ser uma prioridade.
Na prática, se os postos foram reformados, não poderão faltar mais médicos e o atendimento ter que ser de excelência; se as escolas foram reformadas, os alunos precisam de ótimos desempenhos nas avaliações e, principalmente, nos concursos para ingresso profissionalizante, já que foram feitos convênios e criados espaços para estes cursos; se foram e ainda são vistas tantas obras na cidade não poderia existir mais um lugar chamado “buracão” com famílias em situação de risco em várias aspectos, inclusive muitas crianças como existe no bairro Surubi; se indústrias de peso escolheram o município para desenvolver seus negócios, o comércio local deveria ter investimentos e incentivos para atender o consumidor; se o orçamento do município cresce a cada ano, a sustentabilidade deveria passar a integrar a realidade desta cidade. Mas as coisas acontecem muito diferentes, nesta cidade chamada Resende.
Esses dias tomando café com um amigo e eleitor da reeleição de Rechuan senti o que chamam de vergonha alheia. A pessoa estava tão sem respostas ao estado de coisas que o governo vem apresentando e, se sentindo tão impotente agora, muito diferente da soma de seu voto que permitiu a reeleição do prefeito que eu resolvi mudar de assunto. Puxei assunto sobre literatura preparatória para o doutorado, que ando perseguindo há dois anos. Mas ainda, assim, a pessoa ficou desconfortável. O café acabou, que alívio. Me despedi. Assim foi também, conversando com um empresário da cidade. Determinada altura, o celular tocou, opa, a chance de não falar mais no assunto. Me despedi rapidamente e fui embora. O empresário como a outra pessoa estava falando sobre coisas que não consegue entender. No caso dele, falava que nunca viu na história da cidade, um leque tão amplo de pessoas ganhando dinheiro público. Num primeiro momento, comentei que isso até poderia ser positivo do ponto de vista do dinheiro circular por aqui mesmo, ele riu sem graça e me disse: “Aaa Ana Lúcia você como sempre provocando”. Juro que não pensei em provocação, mas entendi o que ele quis dizer como uma pergunta que fez em seguida. “Qual é de fato, o serviço público relevante e o interesse público destas obras que têm sido realizadas?” Entendi sim. Alguns desses projetos nem planejamento têm e outros viraram brincadeira de laboratório, como as mudanças de trânsito na cidade e a falta de sensibilidade em alguma delas como o caso do bairro Paraíso e a construção de uma passarela sem qualquer necessidade na Praça da Concórdia.
É uma pena que o governo não revele os resultados da última pesquisa realizada no município para saber como anda a confiança da população no emprego do dinheiro público por aqui. Há dois meses foi realizada uma pesquisa, que além de especular as intenções de voto para 2014 perguntava sobre o governo municipal. Um termômetro importante. O instituto que realizou é o mesmo contratado pela campanha do prefeito Rechuan e o mesmo que também é contratado para pesquisas realizadas pelo governo, mas esta última, provavelmente deve ter formato privado e só os mais íntimos saberão os resultados.  Mas até os considerados “íntimos” estão com dificuldades de ter acesso a este resultado. Qual será o motivo de tanto segredo? Seria um dado interessante levando e consideração que a reeleição se deu apenas um ano, mas a ação do segundo governo, nem um ano tem ainda. Provavelmente a credibilidade do governo continua inabalada, tão pouco tempo, né? Ou não?
Tenho até evitado fazer comentários sobre as ações governamentais com eleitores da reeleição de Rechuan. Ando com vergonha alheia e considero muito os amigos para deixá-los assim tão constrangidos. Por outro lado, não posso deixar de constatar e sentir no entreolhar-se aquela reverberação da afirmativa que muitos odeiam ouvir: “Eu avisei!” E sem precisa dizer nada. O prefeito Rechuan iniciou algumas mudanças por conta dos escândalos que pipocam, entre eles alguns que preocupam um pouco mais como o processo da Chusquea, o dossiê Cruz, compra do tomógrafo e as contas do Hospital de Emergência, entre outros assuntos. E tem ainda muito tititi pra cá, tititi pra lá, mas como são tititis prefiro não comentar. Se ganharem corpo ou provas lembrarei que um dia foram apenas tititis, até lá, penso que já está pra lá de bom tamanho as vergonhas que este governo tem feito a cidade passar. E ainda que muitas investigações estejam em curso e ações na Justiça, o governo já demonstrou que se considera acima do bom senso, falta sensibilidade e sobra desfaçatez, pois age como dono, e não gerente do dinheiro público. Vamos que vamos… o ano está terminando… menos um.
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br

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4 thoughts on “QUEM PENSA? Vergonha alheia!

  1. Não acompanhei as mudanças que Rechuan fez em seu primeiro mandato pois eu morava em outra cidade. Mas pude perceber sim que houve uma melhora significativa na aparência da cidade e no ‘bom humor’ da população, são coisas que não pode se negar. O grande número de obras que ele fez deve ser porque espelhou-se no famoso presidente Rosevelt que impulsionou a economia americana então falida ao meio da construção de pontes em um país que nem carro tinha. Mas o que o prefeito não esperava é a crescente ‘importação’ de mão de obra de outras cidades e até mesmo estrangeira como os Koreanos. Todos estes veem e tomam os melhores cargos em firmas e fábricas que aqui se alocaram, sobrando assim somente empregos menores e diminuindo o poder aquisitivo da cidade. Outro fator que ele não previu foi a intervenção do Estado com sua ‘ajuda’ em obras públicas, tais obras ficam fora do alcance do prefeito e a maioria das obras são construídas com empresas da capital e não locais. O prefeito Rechuan acertou em fazer obras, mas não usou as ferramentas locais o que levou a um desconforto financeiro em nossa cidade, deveria ele então criar normas que exigissem o uso dos trabalhadores resendenses e empresas de construção também. E se empresas buscam qualificação, obriga-las a oferecer cursos e a prefeitura poder arcar com os custos, afinal conhecimento é para sempre.

  2. Venho por este meio de comunicaçao falar indignado que estao os servidores publicos de resende qual atual administraçao como pode o prefeito e seus secretarios deixarem os servidores aqueles que trabalham e ganham um salario minguado sem o salario no fim de ano . sabe porque senhores secretarios e senhor prefeito vcs tem um salario gordo mas o funcinario que ganha um salario que rala ano inteiro sol a sol nao e valorizado vcs nao pegam a graninha que nao e pouco fora as maracutaias que todos sabem que existe e podem faz4er um cruzeiro ir passar o fim numa praia paradisiaca e ri da cara do coitado dos funcionarios que apenas queriam passar um fim de ano menos sofrivel mas pra que se preocupar ne senhores secretarios e prefeito se o bolso de vcs estao cheios quando o pobre do funcionario fica as minguas antes tivesse um franguinho um panetone do silvinho se lembra senhor prefeito quando senhor disse que o funcinalismo nao iria mas sofrer pra ganhar um pinto hoje nao tem pinto nao tem abono funcionario esta jogado as traças mas este ano tem eleiçao ai vai vim os amigos deputados que amam a cidade que trara grande benficios para cidade nao e verdade os tapinhas nas costas os sorrisos fartos pedindo aquele votinho para tal amigo deputado ..essa e a hora dos funcionarios pararem de ser rouxas e aceitar as falsidades de vcs politicos porcos e safados mentirosos o tempo passa o povo o funcionario nao esquece senhores mas pra que esquentar a cabeça quando terminar o mandato a conta bancaria dos senhores estarao recheadas e mais uma vez nos funcinarios ficaremos a minguas ate outro pilantra entrar ou tentar ta na hora de nos funcionarios e a populaçao em geral da um basta tirar essa cambada e mediocres vereadores que estao ai tem uns que ja estao tantos anos nunca trouceram nenhum benificio para nossa cidade na verdade se nao tomarmos um soluçao estaremos como sempre ferrados nosso sindicato e inerte nao faz nada a nao ser tirar o dinheiro do funcionario esta na hora de nos reunirmos e começar uma greve geral fico indignado com associaçao dos professores esta no mesmo barco mas eles acham que sao diferenciados e tambem nao ajudam em nada apenas pra eles so eles pensam que existem apenas eles sao importantes para o municipio entao greve ja para mostrar nossa indignaçao com esse que estao no poder sugadores do dinheiro publico funcionario indignado……

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