“Do que minha filha morreu?”

Depois de quase 15 dias do sepultamento do corpo de Patrícia Ramos Nascimento dos Santos Silva (foto), 18, moradora do bairro Itapuca, saiu o resultado do laudo dos exames com a causa da morte da adolescente. Segundo o médico infectologista do Serviço de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Resende, Marco Antonio Netto, a jovem apresentou uma doença fúngica provoca por fungos encontrados geralmente em área rural. “Infelizmente uma fatalidade. Não é uma doença comum da área urbana, mas pode acontecer. A jovem apesar de apresentar quadro previamente saudável foi suscetível a alguma exposição.  O diagnóstico só foi possível mesmo decorridos quase um mês. Todos os procedimentos e exames foram feitos dentro da normalidade”, explicou o médico.

A morte da menina revoltou familiares e amigos principalmente pela falta de informação e acolhimento. Os moradores do lugar ainda associam as condições do bairro (esgoto a céu aberto) as doenças que aparecem e criticam o descaso, que garantem, o bairro sofre. O canal de esgoto a céu aberto que passa por diversas ruas do bairro e no quintal das casas continua incomodando, já que nem a Prefeitura de Resende e nem a Água das Agulhas Negras resolveram o problema.

Leia a matéria na íntegra no jornal BEIRA-RIO, que se encontra nas bancas a partir de sexta, dia 4. Abaixo, o infectologista explica melhor sobre doenças fúngicas, explicando causas, sintomas e procedimentos que devem ser adotados.

O que é a doença fúngica que matou Patrícia?

O infectologista do Serviço de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura Municipal de Resende, Marco Antonio Netto, confirmou que a morte da jovem Patrícia Ramos do Nascimento Santos Silva ,18, moradora do bairro Itapuca foi causada por fungo do tipo paracoco, geralmente encontrado na área rural. Ele explica que como o quintal da casa tem muita vegetação pode ser que a jovem tenha ficado exposta e inalado o fungo, mas não há certeza de como ela se expôs a esses fungos.

Segundo informações do médico, uma equipe do Centro de Controle de Zoonose (CCZ) esteve na casa de Patrícia, quando ela ainda estava viva na tentativa de identificar o tipo de fungo pelo ambiente, mas nada foi encontrado. A equipe também fez testes no local para a suspeita de Leishmaniose e esta possibilidade, que foi levantada pelos moradores e familiares foi descartada pela Secretaria de Saúde.

Netto informou que a doença de Patrícia não é contagiosa e tem caráter individual e não de ambiente: “Infelizmente foi uma fatalidade. É muito triste perder uma adolescente saudável para uma doença como essa. Ela teve uma infecção sistêmica por fungo, isso já sabemos com os exames que chegaram na manhã do dia 1º. Agora vamos investigar em novos procedimentos o gênero e a espécie do fungo que aponta para o parococo que ataca de forma crônica atingindo pulmão. Muitas vezes, inicialmente se confunde com uma pneumonia ou tuberculose”.

A família de Patrícia ficou revoltada com a falta de acolhimento e principalmente, a falta de informação sobre a doença. Para o infectologista, os procedimentos adotados foram corretos: “Se antes não tinha o nome da doença é porque realmente não se tinha certeza do diagnóstico, às vezes leva até 60 dias a partir da abordagem para um diagnóstico preciso. A primeira investigação foi sobre Leishmaniose e depois de descartada, partimos então para o quadro de doença fúngica. Enviamos amostras para três laboratórios: foram amostras das lesões cutâneas que ela apresentava, dos gânglios e de sangue. E foi o de sangue, que chegou da Fiocruz, que mostrou a doença fúngica”.

Essa infecção é típica de agricultores e moradores da área rural que mexem com terra e é considerada uma doença oportunista, ou seja, que se aproveita do estado de debilidade das defesas do organismo da pessoa e se instala. O infectologista informou que continuará um monitoramento junto a família para perceber se mais alguém apresentará sintoma da doença. Os principais sintomas de doença fúngica são febre, erupções na pele, podem ocorrer crises asmáticas, e o tratamento é com drogas antifúngicas. “Se diagnosticado e tratado a tempo com Anfotericina B é possível sim curar. Mas às vezes os sintomas aparecem num estágio avançado e que podem levar a óbito. No caso da jovem, apesar dela apresentar um quadro previamente saudável teve uma evolução agressiva e fulminante”, informou o médico.

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2 thoughts on ““Do que minha filha morreu?”

  1. meus amigos leitores so vou fica em paz quando eu descobri a verdade pode ter certeza doa a quem doe pra finaliza ela foi pro hospital muito ruim so quem sabe sou eu o pai dela que passou o tempo todo com ela obrigado helio dos santos silva o pai de patricia

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