Me perguntaram como eu via essa história de prefeitos cassados que continuam nos cargos até que se esgotem todas as possibilidade de recursos. E sinceramente vejo que há coerência nesta decisão dos juízes, do contrário vejamos: se há possibilidade de recurso até o Tribunal Superior Eleitoral e isso leva em média quatro meses, às vezes mais, como deixar a Administração Pública numa incerteza e com descontinuidade de ações governamentais. Nada mais justo que os prefeitos cassados consigam liminares até o julgamento do mérito.
Bem, em Resende, até o fechamento desta edição, o juiz Hindenburg Brasil ainda não havia decidido sobre a cassação ou não do prefeito José Rechuan Júnior (PP), mas a notícia que parecia tão distante para alguns, caiu como um balde de água fria na cabeça de quem se achava seguro com um gorro de lã bem quentinho. Muita engraçada a reação das pessoas: alguns que juravam fidelidade já começaram a fazer leves críticas; outros que tinha renovado as esperanças com a reunião que o prefeito fez com o CCs na ARBR, juntaram lé com crê, e ouvi até “fui usado”. Pois bem, a possibilidade de cassação, as obras inacabadas na cidade, a falta de transparência das licitações e dos dados públicos, principalmente da quantidade de cargos comissionados no governo, o silêncio sobre a tarifa da São Miguel depois que foi reduzida, como se o assunto tivesse sido encerrado, o tomógrafo comprado há mais de um ano e não instalado, entre outras coisas, colocam a governabilidade em risco.
Claro, que as manifestações desde junho pelas ruas do país, Resende e região, também contribuíram para essa instabilidade, mas com apenas oito meses de segundo mandato, depois de uma votação expressiva, o flagrante nervosismo do governo Rechuan, as recusas em passar informações públicas demonstram que o governo está numa crise. Uma crise ridícula, diga-se de passagem, porque sua causa não é de origem estrutural, mas porque o governo só pensa na perpetuação do poder, ou seja, esquece de governar pra pensar e agir com foco na eleição do ano que vem e na de 2016, e, todas as ações são voltadas para viabilizar essa permanência. Claro, que isso uma hora vai degringolar, e no governo Rechuan já começou.
Sendo cassado ou não, enfrentar dezenas de processos e bens bloqueados, como já se arrasta sua situação, por mais de um ano, não é demonstração de tranquilidade ou dever cumprido, muito pelo contrário, outros processos que estão vindo por aí, e com o peso do Ministério Público. A intranquilidade grassa nos corredores do centro administrativo, há uma nítida insegurança dos cargos comissionados e os funcionários decepcionados tentam trabalhar entre o clima de instabilidade que prejudica a Administração Pública. Mais uma vez, infelizmente o governo atrapalha a Administração Pública de Resende, quando tem o alto escalão como foco de investigações de todas as ordens: do MP à Polícia Federal.
É grave a crise. Aguardemos se a coroação dessas mazelas será, ainda por cima, a cassação de Rechuan. E se acontecer, adianto, que sou favorável que ele permaneça no cargo até o julgamento final do mérito, tal como os juízes têm entendido. Resende já tem passado por poucas e não merece mais uma instabilidade governamental. E mais, Resende ao contrário de Itatiaia não assume o segundo colocado: terá nova eleição. O próprio governo, ainda que não admita, se articula em torno de alguns nomes que possam concorrer à vaga, entre eles, outro médico: o secretário de Saúde, Daniel Brito, a vereadora Soraia Balieiro (com correntes fortíssimas), e o secretário de Trabalho e Renda, Kiko Besouchet. E… Resende… só Jesus na causa!
Ana Lúcia
editora do jornal BEIRA-RIO
analucia@jornalbeirario.com.br
Concordo plenamente com a Ana Lúcia. Opinião sensata! Deus que livre Resende dos candidatos a candidatos. Esses são representantes do capeta em Resende, ainda faltam alguns. Bando de vampiros. Haja sangue e pescoço. Tem filho de vampiro, vampiro fiottinho com dentinho novinho em folha, virgem doido pra alcançar um pescoço do resendense, vampiras de branco, de preto, de terno, sem terno, com barba, sem barba, tem pra todo gosto. Haja exorcista pra isto tudo. A cassação é inexorável, pelo que se lê e na luta pela transparência. Agora o Sr. Juiz tem de cassar no eleitoral, e nas improbidades, mandar devolver o dinheiro desviado, o dinheiro das licitações dirigidas, dos prejuízos a prefeitura, enfim, ele sabe bem o que fazer… É a esperança da população. Tem de declarar a suspensão dos direitos politicos, só cassar é prêmio. Me desculpem os contrários, mas se tivesse pena de morte, com certeza desviar dinheiro público seria algo muito benéfico para o entendimento dos que pretendem enriquecer na politica. É brincadeira esta bandalha na politica de Resende. Vejam só de Itatiaia, Resende, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda a cassação vai se dando. E Porto Real quando será a vez?Ou lá não tem vampiros… ahahahn