Moradores do bairro Surubi Velho fecharam no final da tarde desta terça-feira, dia 2, todo o acesso alternativo para veículos de carga, ônibus e vans que prestam serviços para empresas, além de motos e veículos de passeio, desde o início da Avenida Ayrton Senna e também o final da Rua Israel Franco Belga, no Lavapés, até o Pontilhão do Surubi. Os veículos que chegavam aos locais com barricadas foram obrigados a retornar.
Os moradores protestam contra a abertura de algumas ruas a esse tráfego, entre elas a Rodolpho Anechino, que ajudou a aumentar ainda mais o fluxo de veículos na Avenida Ayrton Senna, onde dias antes da mudança no trânsito entrar em vigor, na sexta-feira, dia 29, morreu um menino de 7 anos que morava no local.
“Já falamos dessa situação com o prefeito (José Rechuan) e o Roque (Cerqueira, ex-superintendente do trânsito e vereador), mas nada foi feito. Simplesmente, as crianças são tratadas como bandidas nesse local. Por isso estamos fazendo essa manifestação pacifica com os moradores”, diz a professora aposentada Marlene Braga, que mora na Rua Israel Franco Belga
Durante a manifestação, a Polícia Militar, a Guarda Municipal e o secretário de Relações Comunitárias e Cidadania da Prefeitura de Resende, Ubiratan de Oliveira, o Birinha, estiveram na entrada da Avenida Ayrton Senna. O secretário atendeu a comunidade ouvindo as reivindicações das pessoas presentes ao local. As reivindicações, de acordo com Birinha, serão levadas ao prefeito e o atual superintendente de Transporte e Trânsito, Alcides de Carli.
Do outro lado bloqueado, um dos representantes da Associação de Moradores do Surubi Velho, Edelberto Lecoteno da Silva, o Beto, criticou a atitude da prefeitura em mudar o trânsito. “Antes da morte do menino já haveria o protesto, pois é inadmissível que a prefeitura tenha feito uma coisa dessas, o prefeito veio aqui pedir voto, mas pouco se lixou para os pedidos que estamos fazendo”, acrescenta.
Uma moradora da Avenida Ayrton Senna, que não quis se identificar, entrou em contato com a redação do jornal BEIRA-RIO e informou que a Polícia Militar dispersou a população que ocupava a entrada do bairro pela avenida por volta das 19h30 e que está se dirigindo ao Pontilhão. “Estava em casa quando ouvi o barulho das bombas que foram atiradas na pracinha que fica na entrada do bairro. Os policiais já dispersaram o pessoal, mas os carros ainda não estão circulando por aqui”, explica a moradora, que no entanto não soube dizer se houve algum ferido.
GRANDE VOLUME DE VEÍCULOS
Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Resende, as novas regras foram criadas “considerando o volume crescente de veículos em Resende”. Com isso, foram estabelecidas novas regras para a circulação dos ônibus de fretamento, responsáveis, em sua grande maioria, pelo transporte de funcionários de fábricas da região.
Pelo decreto criado pelo Poder Executivo, os veículos estão proibidos de circular por várias ruas, inclusive a passagem pelas pontes Tácito Vianna Rodrigues e Miguel Couto Filho (exceto os ônibus, entre 22h e 7h), sendo obrigatória a entrada e saída do município pelas vias Avenida Francisco Fortes Filho (Acesso Oeste) e rua da Faixa de Domínio da ferrovia, no bairro Fazenda do Castelo (Acesso Leste).
A população está certíssima em protestar porque as condições das vias são as piores possíveis, estreitas com veículos estacionados na pista e sem calçadas. Se nada for feito não há dúvidas de que haverá muitos acidentes no local.
Concordo que a via deva ser alargada e construído calçadas, mas quebra-molas não. Ao invés dessa alternativa dos ônibus entrarem pelo pontilhão, sugiro outra alternativa: A ponte Tácito Vianna volta a ser de mão dupla, e o pontilhão em mão única sentido Dutra. Quem transita pela Av. Gustavo Jardim em direção a Dutra, usa o pontilhão. Quem chega a Resende pela Gulhot Rodrigues, vira a esquerda da Av. Albino de Almeida, passa em frente a Ponte Velha e depois vira a direita na ponte Tácito Vianna, por fim vira a direita na Av. Beira Rio. Essas duas rotas que eu citei, não possuem cruzamentos, criando um anél viário. Outra solução importante seria a pista marginal ligando o Acesso Oeste ao trevo do Penedo, obra simples e importante.