“Agora sim, o futuro apenas começou!”

A frase acima é uma entre centenas que estarão na manifestação de Resende no início da noite desta quinta-feira, dia 20. Pessoas de todos os segmentos compram cartolinas, apitos e outros acessórios que serão usados na manifestação.

O clima em Resende na manhã desta quinta-feira, data marcada para o ato público contra o aumento das passagens, em defesa do transporte público e pelo passe livre, é de apreensão por parte dos comerciantes e parte da população. Próximo às 11h, quando o movimento do Calçadão de Campos Elíseos, maior centro comercial da cidade, deveria estar com fluxo significativo, chamava atenção pelo pouco movimento, que foi notado pelos comerciantes. “Quando que esse horário ia estar vazio assim?”, questionou a comerciante de uma loja de calçados no local, que preferiu não se identificar. “pessoal está com medo da manifestação”, acredita.

A manifestação, que teve sua divulgação em massa pelas redes sociais, está com quase 4 mil pessoas confirmadas na página do evento, mas ainda divide opiniões a respeito de seus possíveis desdobramentos. “Fiquei sabendo da manifestação pelo facebook, meus amigos todos vão participar. Eu não posso ir porque vou trabalhar até às 19h, vamos cumprir expediente normal aqui. Eu acredito que a manifestação vai ser pacífica”, comentou Leonardo de Oliveira, que trabalha em uma loja de roupas do Calçadão.

Já a vendedora Ayane Santos confessou estar temerosa. “Eu não vou participar por medo, tenho certeza que vai ter confronto, tem gente comentando que vem gente de fora, do Rio, de Barra Mansa pra cá. Acho até válido o manifesto, mas do jeito que estão fazendo está errado”, desabafou. “Não concordo”, se manifestou a vendedora Cátia da Silva, “Acho que vai ter muita bagunça, o clima ta meio estranho na cidade, vou embora às 14h30”. Cadeirante, Cátia ainda destacou as dificuldades de quem é portador de necessidades especiais.

— A lei é muito bonita no papel, mas não é cumprida. Eu pego o ônibus todo dia no Manejo às 7h50, passam sete ônibus até vir um adaptado para cadeirante. Alguns motoristas não param, dizem que o ônibus está cheio, alguns dizem que está quebrado, e os que param reclamam, que cadeirante dá trabalho. É muita humilhação, tenho vontade de chorar às vezes, no fim, demoro mais de uma hora para chegar a Campos Elíseos para trabalhar.

Se alguns estão receosos e temem que a manifestação resulte em violência, uma aposentada chamou atenção pela atitude. “Eu vou participar com certeza. Sou aposentada e não pago tarifa, mas tenho filhos e netos que pagam esse preço absurdo. Quanto mais apoio, melhor. Eu acho que deve (a manifestação) deve ficar violenta em algum momento, tem loja aqui (Calçadão) que nem vai abrir hoje, mas se cada um não for por um motivo, não adianta. Temos que manifestar mesmo, esses ônibus não tem horário, a passagem é muito cara, daqui até Mauá você paga os mesmos R$ 2,80 que daqui (Campos Elíseos) até o Manejo… Olha bem a diferença de distancias. Só tem uma empresa e eles são muito ruins”, se manifestou Hercília da Silva.

Enquanto Resende ainda se mobiliza, outros municípios já realizaram manifestações. É o caso de Barra Mansa, cujo movimento contou com a participação de cinco mil pessoas entre a tarde e a noite de quarta-feira, dia 19.

AMAN AINDA DECIDE SE IRÁ SE REFORÇAR
Neste momento, o comando da Aman está em reunião para decidir se reforça ou não a segurança na Casa do General, no Centro (foto), e do Edifício Benjamin Constant, em Campos Elíseos, localizados no perímetro urbano da cidade de Resende. A previsão é que os dois locais tenham uma guarnição da Polícia do Exército.

OAB COLOCA ATENDIMENTO À DISPOSIÇÃO DOS MANIFESTANTES
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) confirmou que também estará participando do movimento através dos estudantes de Direito e montou um plantão para garantir a liberdade de quem quiser participar do movimento. Os advogados atenderão pelo telefone 3354-3950 até o final da manifestação.

SÃO MIGUEL TEM EXPEDIENTE NORMAL
Muitas pessoas estavam em dúvida devido a um boato, que teria começado com os próprios funcionários da São Miguel de que os ônibus parariam de circular às 16h. Segundo o diretor da  empresa, Amauri Natividade Neto, ele se reuniu com representantes da Guarda Municipal e Polícia Militar que afirmaram que não serão necessárias mudanças de horário. Portanto, os funcionários terão expediente normal, e os ônibus não mudarão nenhum trajeto.

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2 thoughts on ““Agora sim, o futuro apenas começou!”

  1. Prezados,
    Perguntas: o que a São Miguel tem a ver com isso? Querem passe livre aqui também? Quem vai bancar, o prefeito incompetente que nem pinta as paredes pichadas do seu local de trabalho? Em vez de exigir coisas inexequíveis, deveriam sugerir ao prefeito e ao vereadores que façam um planejamento urbano decente para a cidade que permita melhor mobilidade nos horários de pico, que construam novas pontes no Paraíba, que saneiem a prefeitura e a c[amara diminuindo o número de funcionários comissionados para poder aumentar a capacidade de investimento do município etc. É LÓGICO QUE O PREÇO DAS PASSAGENS PARA MAUÁ É O MESMO, É SUBVENCIONADO PARA QUE EXISTA TRANSPORTE PÚBLICO PARA OS CIDADÃOS QUE MORAM NAQUELA DISTRITO ISOLADO.

  2. Gostaria de ver a bandeira do Consocial na manifestação. O Consocial está comprometido com as lutas contra a corrupção, inversão de valores, injustiça social, mensalão, impunidade, enriquecimento ilícito, ficha limpa etc. Tudo haver, com os movimentos de protestos que acontece em todo o Brasil. Temos que ter uma bandeira bem grande e representativa no movimento de rua. É a grande oportunidade para angariar simpatizantes e adeptos ao Consocial..
    Queremos ver !!!

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