
As eleições deste ano trouxe muitas novidades para a próxima legislatura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Além do ex-secretário de Saúde Tande Vieira (Pros), de Resende, e do empresário e vereador Jari (PSB), de Volta Redonda, a próxima formação da Casa Legislativa estadual terá 15 mulheres e com maior diversidade, incluindo a presença de uma deputada de origem asiática, outra de origem indígena, uma representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e duas da população LGBTQIA+.
A Alerj contará pela primeira vez com uma deputada transgênero. Doutora em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a professora Dani Balbi (PCdoB), de 30 anos, foi eleita pela primeira vez com mais de 65 mil votos. Ela também é dramaturga e roteirista, e tem entre suas principais pautas temas voltados para educação, direitos das minorias como da comunidade LGBTQIA+ e das mulheres, a cultura e o movimento antirracista.
Outra representante LGBTQIA+ eleita deputada é Verônica Lima (PT). Primeira mulher negra (ela é também homossexual) a assumir o cargo na história de Niterói, é defensora do direitos humanos, do povo negro, das mulheres e das políticas de assistência social.
Ao longo de sua trajetória, criou leis fundamentais como o primeiro Estatuto Municipal de Igualdade Racial do Brasil, com cotas de 20% para negros e negras nos concursos públicos; a Lei que destina 3% das vagas em serviços e obras públicas para moradores em situação de rua; o primeiro Estatuto da Pessoa Gestante do país, garantindo direitos e o combate à violência obstétrica, e o Programa de Enfrentamento às Fake News.

O MST também ganhou sua representante no legislativo. Com mais de 46 mil votos, Marina do MST (PT) terá um mandato formado por um amplo arco de movimentos populares em defesa da alimentação saudável no combate a fome, dos direitos sociais, da Democracia e pelas Mulheres. Paranaense de família mineira, se mudou para o Rio de Janeiro em 1996 para ajudar a fundar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Outra estreante é a professora e escritora Elika Takimoto (PT), de descendência asiática, que graduou-se em Física pela UFRJ, onde também fez o mestrado em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia. Fez doutorado em Filosofia pela UERJ e é coordenadora de Física do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). Recentemente, durante a pandemia, publicou o livro “Como Dialogar com um Negacionista”. Com mais de 95 mil votos, foi a segunda mulher mais votada para o cargo.
Ela terá a companhia de outra colega, de ascendência indígena, que difere das demais eleitas por defender a bandeira bolsonarista. Índia Armelau (PL) foi eleita com mais de 57 mil votos. Ex-atleta, professora, influencer e empresária, tem uma carreira bem-sucedida, e em suas redes sociais diz ter se candidatado por não se conformar “com um estado tão lindo tomado pela criminalidade, corrupção e inversão de valores que acontece atualmente”.
Fotos: Reprodução/Redes Sociais, Ricardo Stuckert, Divulgação/Silvio de Almeida e Minerva97