No Dia de Hoje – 11 de maio

Liderados por Plínio Salgado (ao centro) integralistas se revoltaram contra decisão de Vargas em fechar a AIB (Foto: Reprodução/Wikimedia Commons)

No dia 11 de maio de 1938, uma articulação executada pela ala miliciana da Ação Integralista Brasileira (AIB) em movimento contra o Estado Novo deu origem ao Levante integralista ou Intentona Integralista. O evento ocorreu no Rio de Janeiro, e tinha como objetivo a deposição do presidente da república, Getúlio Vargas, em resposta ao decreto-lei nº 37 de 1937 – que extinguia as agremiações políticas em todo o país -, e o subsequente fechamento da AIB.

A ação visava prender o presidente dentro de sua residência, o Palácio da Guanabara, através da invasão ao palácio, liderada por Severo Fournier; e das movimentações por parte de oficiais da Marinha. O levante não teve sucesso, e terminou com cerca de 1500 encarceramentos e o exílio de Plínio Salgado, líder máximo dos integralistas, para Portugal.

Os meses que antecederam a tentativa de derrubada do governo por parte da AIB, foram os primeiros após um outro golpe de estado, o de 1937, esse bem sucedido, que deu início à ditadura de Getúlio Vargas, que perduraria até 1945. A justificativa para que a Constituição de 1934 fosse revogada foi o combate a uma suposta revolução comunista, concretizada no Plano Cohen, um documento forjado pelo capitão integralista Olímpio Mourão Filho e que criou o clima necessário para a declaração de um estado de guerra em 1 de outubro de 1937.

A AIB apoiou o golpe articulado por Vargas, como fica claro através da participação de Mourão Filho, e também através de outras demonstrações de apreço. Plínio Salgado se reuniu com o presidente antes e depois do dia 10 de novembro, quando o Estado Novo foi oficialmente instituído.

O jornal integralista A Offensiva publicou um artigo em 2 de outubro de 1937, de autoria do próprio Salgado, que defendia a decisão do governo e declarava que “seria impossível proteger o país dentro do sistema constitucional vigente”. No dia 1º de novembro, os integralistas realizaram um desfile para homenagear o governo, inspirados na Marcha sobre Roma de 1922, quando os camisas negras tomaram as ruas da capital italiana para celebrar a posse de Benito Mussolini.

Por conta desse apoio, a iniciativa de se mobilizar contra Vargas tomou ares de vingança, já que a AIB havia confiado no presidente, e mesmo assim foi fechada junto às outras agremiações políticas, em dezembro de 1937.

A verdade é que Getúlio Vargas já possuía suspeitas a respeito da Ação Integralista desde antes de 1937. A polícia política de Vargas começou a observar os integralistas a partir do momento em que se tornaram uma organização de inserção nacional. Ainda que o presidente se posicionasse publicamente a favor da AIB, as ações do governo diziam o contrário. No Arquivo Público do Rio de Janeiro encontram-se numerosos dossiês de investigações sobre os camisas verdes (apelido dado aos integralistas em alusão à cor dos seus uniformes).

E não só no RJ, como na Bahia, no Pernambuco e Rio Grande do Sul houve movimentações governamentais contra integralistas. Mesmo assim, Plínio Salgado não mediu esforços para demonstrar seu interesse em participar do Estado Novo. Inclusive após o término da AIB, Salgado ainda despende esforços para a criação da Associação Brasileira de Cultura, na qual o integralismo poderia seguir com suas atividades denominando-se uma sociedade cultural. Entretanto, a iniciativa foi descontinuada pelo governo.

A insatisfação se transformou em conspiração que em 11 de março de 1938 se transformou em uma tentativa de golpe. Na oportunidade, um pequeno grupo de revoltosos, liderados por Fernando Cochrane e Francisco Barbosa, atacou “o edifício dos Correios e Telégrafos, as usinas geradoras de eletricidade, a Rádio Mayrink Veiga e a Escola Naval”.

A escola Naval era a parte mais importante de plano que envolveria a tomada das instalações pelos marinheiros integralistas que por sua vez levaria a captura de Vargas que iria almoçar na base naquela dia. A ação foi um fracasso, por causa do fato de que os revoltosos foram denunciados para policia e por causa do fato de que os revoltosos se retiraram após acharem que iniciaram o levante prematuramente, mas isso não impediu o segundo e mais famoso levante, realizado no dia 11 de maio.

Sessenta dias depois da primeira tentativa de golpe, iniciou-se uma mobilização para tentar prender Getúlio Vargas e tomar o governo. A ação foi facilitada pois contou com alguns infiltrados, como “a Guarda do Palácio Guanabara, a cargo do tenente Integralista Júlio do Nascimento, a chefia da Guarda na Polícia Civil, a cargo do tenente Soter, e com vários oficiais de serviço na Marinha e no Exército”.

Ainda assim, o resultado foi desfavorável para os integralistas. No palácio, dos 150 que haviam se prontificado para participar da insurreição, apenas 30 estiveram presentes no confronto com a guarda da sede do governo e alguns familiares de Vargas. Além disso os revoltosos só tiveram dois caminhões para transportar as tropas. Os revoltosos tão pouco conseguiram encarcerar oficiais como Eurico Gaspar Dutra- que escapou por ter saído da sua residência e acabou liderando uma tropa vinda do Forte do Leme que acabou expulsando os fascistas do palácio presidencial-Góis Monteiro, Francisco Campos, Cristovão Barcelos entre outros.

Após o ataque ser contido muitos dos revoltosos foram fuzilados e presos, dentre eles, podemos indicar os “mártires integralistas”, Teófilo Jacoud, Dionisio P. da Silva, Arthur P. de Hollanda, Mario Salgueiro Viana, Cab. Juvencio Dias, Waldomiro Petrone, José Rodrigues e Luiz Candido. Como resultado, outros, em torno de 1.500 integralistas, foram presos e Plínio Salgado, líder da Ação Integralista Brasileira, foi para o exílio em Portugal, de onde tentou reorganizar o movimento integralista.

No Brasil, o integralismo surge nos anos 1930. Seus primórdios datam da viagem de Plínio Salgado, escritor e jornalista que futuramente fundaria a Ação Integralista Brasileira, à Europa, onde tem contato com o fascismo italiano, tendo ficado vivamente impressionado e escrito cartas a alguns companheiros sobre a possibilidade da criação de um movimento no Brasil em moldes similares.

Fonte: Wikipédia

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