No Dia de Hoje – 27 de abril

Vista dos edifícios de Pripyat, com a usina de Chernobyl ao fundo (Foto: Reprodução/Internet)

No dia 27 de abril de 1986, um dia após o acidente nuclear na usina de Chernobyl, na Ucrânia (ainda parte da União Soviética), toda a população da cidade de Pripyat, próxima a fronteira com Belarus e da usina nuclear, teve que deixar suas residências. Fundada em 4 de fevereiro de 1970 com objetivo de abrigar os trabalhadores da usina, foi oficialmente proclamada como uma cidade em 1979. Porém precisou ser abandonada após o acidente.

A cidade, no entanto, não foi evacuada imediatamente. A população local, na noite do acidente, continuava com suas vidas normalmente, completamente alheios ao que estava ocorrendo. Contudo, nas horas posteriores a explosão, algumas pessoas começaram a ficar doentes. Foi reportado que muita gente passou a sofrer de fortes dores de cabeça e a sentir gosto metálico na boca, junto com graves tosses e vômitos. Como a usina era administrada pelo pessoal de Moscou, o governo ucraniano não foi prontamente notificado do acidente.

A comissão de gestão da crise foi estabelecida na tarde do dia do acidente para investigar o ocorrido. A comissão foi formada por Boris Shcherbina, sob instruções do premier Mikhail Gorbatchov; o grupo de cientistas era encabeçado por Valeri Legasov, diretor assistente do Instituto Kurchatov, e incluía proeminentes cientistas, como o especialista nuclear Evgeny Velikhov, o hidro-meteorologista Iuri Izrael, o radiologista Leonid Ilin, entre outros. Eles voaram para o Aeroporto Internacional de Boryspil e chegaram na usina na noite do dia 26.

Nessa altura, duas pessoas já tinham morrido e outras 52 haviam sido hospitalizadas com envenenamento radioativo. A delegação logo obteve ampla evidência de que o reator havia sido destruído e que altos níveis de radiação estavam sendo despejados na atmosfera, levando a incontáveis contaminações. Nas primeiras horas da manhã de 27 de abril, aproximadamente 36 horas após a explosão, foi ordenada a evacuação de Pripyat. Foi planejado inicialmente que a cidade ficaria desabitada por apenas três dias; mais tarde esta decisão se tornou permanente.

Palácio da Cultura de Pripyat (Foto: Timm Suess)

Às 11h de 27 de abril, frotas de ônibus começaram a chegar para a evacuação. Os cidadãos começaram a ser retirados às 14h e foram informados que eles tinham apenas alguns minutos para evacuar e podiam levar pouquíssimos pertences por pessoa.

Para agilizar a evacuação, os residentes foram instruídos para levar apenas o necessário, dizendo-lhes que ficariam longe por apenas três dias. Como resultado, a maioria das pessoas deixou para trás boa parte dos seus bens pessoais, muitos dos quais permanecem lá até os dias atuais. Às 15h, cerca de 53 mil pessoas já haviam sido evacuadas para vilarejos próximos na região de Kiev.

No dia seguinte, começaram planos para expandir as evacuações em uma área de mais de 10 km. Dez dias após o acidente, a zona de evacuação foi expandida novamente para englobar 30 km. Foi então implementada a Zona de exclusão de Chernobyl, que permanece até os dias atuais, embora seu formato e tamanho tenham sido expandidos com o tempo.

Ao todo, cerca de 135 mil pessoas foram evacuadas de forma permanente de Pripyat e das zonas vizinhas. Entre 1986 e 2000, o realocamento permanente afetou cerca de 350 mil pessoas dentro do Oblast de Kiev devido ao desastre de Chernobyl.

Muitos militares começaram a colaboração para “limparem” a cidade de Pripyat, e com essa honra, ganharam o título liquidador. Na primeira fase, 1.986 pessoas ajudaram entre os períodos de maio a junho do ano do desastre para a limpeza do exterior dos edifícios e das estradas. No final de junho, cerca de 70% da limpeza estava completa. Em dezembro, foi reservado a limpeza da poluição gerada pelo acidente.

Pripyat documenta bem a era mais tardia da União Soviética, visto que os edifícios abandonados (de apartamentos, hospitais, etc.) ainda contêm objetos de antes da evacuação da cidade, como brinquedos, roupas e discos. A cidade em si e os arredores não são seguros como lugar de habitação, os cientistas supõem que os elementos radioativos mais perigosos precisarão de 900 anos para atingir níveis que permitam ao ser humano voltar a habitar a zona.

Na ocasião da evacuação, cidade contava com um parque de diversões jamais utilizado (Foto: Justin Stahlman)

Entretanto, logo após o acidente nuclear, muitos se negaram a sair de lá e abandonarem as suas famílias e as suas casas, correndo enorme risco à saúde. À época da evacuação, a população de Pripyat era de aproximadamente 49.360 pessoas.

Atualmente é considerada uma cidade fantasma, tendo na cidade cerca de três habitantes. Um pequeno número de pesquisadores, cientistas e membros do exército têm acesso à cidade. A entrada não autorizada é punível com pena de prisão. Os turistas que visitam a cidade têm licenças especiais.

A cidade tem muitos apartamentos, em que estão abandonados fotografias, brinquedos infantis, roupas e outros itens pessoais. Existem também restaurantes, parques, hospitais, escolas e ginásios abandonados. Devido ao atual estado da localidade, os fungos e as plantas cresceram dentro dos edifícios graças à umidade proveniente da neve derretida.

Fonte: Wikipédia

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