Com o agravamento da fome, entidades fazem campanha em Resende

Banner oficial da Campanha Solidária

A pandemia do coronavírus, deflagrada em março do ano passado, segue ainda incomodando a vida dos brasileiros. Segundo especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o país deverá passar por mais uma onda de infecções, alto número de internações e de mortes provocadas pelo vírus nos próximos meses. E junto com todo isso, parte da população, que perdeu seus empregos ou ficaram impossibilitadas de trabalhar de forma autônoma devido a necessidade do distanciamento social, está dentro do chamado mapa da fome.

Mas esse problema está mais próximo de Resende do que se imagina. Tanto que uma parceria formada pela Associação dos Professores Municipais de Resende (APMR), Rotary Club e Rotaract Resende, Filhas de Jó e Associação de Mulheres de Resende está promovendo nos últimos dias uma campanha de arrecadação de alimentos não perecíveis e produtos de higiene e limpeza. O jornal BEIRA-RIO ouviu uma das organizadoras da campanha, a presidente da APMR, Claudia Luisa de Oliveira, que falou a respeito do problema da fome entre os resendenses.

Ela apresentou dados da Secretaria de Assistência Social do município sobre as condições sociais de parte da população local. “As últimas informações que obtemos da Secretaria de Assistência Social, mostra que 30% população de Resende estava na com no índice entre pobreza, extrema pobreza e miséria, em 2019. Considerando que com a pandemia aumentou esse quadro a nível nacional e considerando que dessas famílias, muitas tem filhos nas escolas e não teve aula, pressupõe que o quadro de pessoas com necessidades básicas ainda e o mesmo que de 2019 ou quadro mais grave”, cita.

Claudia Luisa destaca que as entidades organizadora não dispõem de um número exato de pessoas afetadas pela fome em Resende, mas apenas uma média com esses dados da secretaria e da Pastoral da Criança. “O perfil dessas pessoas que será atendidas, é de quem está tendo dificuldades de levar o alimento para sua família, pessoas desemregadas e que não recebem auxílio emergencial. Mesmo com o auxílio emergencial com o valor estipulado pelo governo federal, é sabido que não dá para suprir as necessidades básicas”.

A presidente da APMR finaliza dizendo que a campanha vai acontecer neste ano, sem ainda um prazo estipulado para terminar, e que desde 2019 a associação planejava realizar algum trabalho voltado para sociedade. “Não contávamos com a pandemia que demandou, e ainda demanda uma ação mais direta e diante do quadro que desde 2020 Desde 2020, os preços de alguns alimentos sobem muito acima da inflação média, além de outros itens que tiveram aumento considerável, como gás, combustível, luz, dentre outros itens. Esse aumento tem impacto direto na vida das pessoas com baixa renda”, completa.

As doações serão distribuídas em parceria com os dados da Pastoral da Criança, mas que essa parceria poderá ser estendida a outras entidades para que estas façam as doações, que também poderão ser direcionadas a profissionais da educação ou familiares na comunidade escolar.

PANDEMIA AGRAVA FOME NO PAÍS
Segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), e divulgado no portal do movimento Olhe Para a Fome, a insegurança alimentar (quando alguém não tem acesso pleno e permanente a alimentos) afeta 9% da população. Ou seja, o número de pessoas que passam fome chega a 19 milhões. O mesmo levamento aponta que mais da metade da população brasileira está nessa situação, inclusive entre famílias que tinham renda estável e que viram a renda diminuir (que representa 40% dos entrevistados da pesquisa).

Portanto, a crise econômica agravada pela pandemia está fazendo com que a insegurança alimentar se alastre inclusive entre os que não se encontram em condição de pobreza, o que aumenta a importância das doações de itens básicos por parte da população de Resende. As doações de alimentos não perecíveis e materiais de higiene e limpeza poderão ser entregues em dois locais: na sede da APMR, localizada na Avenida Gustavo Jardim, 452, no Centro, e no Posto Ale Resende, na Avenida General Affonseca, 660,  na Vila Julieta. Outras informações podem ser conferidas aqui.

Foto: Luiz Carlos Gomes/Oxfam Brasil/Reprodução e Divulgação/APMR

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