Resende realiza desde o último final de semana o pré-carnaval deste ano, que há mais de 15 anos virou tradição na Praça da Bandeira, conhecida como Praça do Trenzinho (Praça da Bandeira), no Campos Elíseos. O evento, que atrai muitos foliões para o local, se repetirá neste sábado, dia 23, e domingo, dia 24, com a participação de blocos como o Crustáceos da Manguaça e o Kibeleza, pode trazer ainda mais transtornos a cinco famílias que moram em uma vila atrás do estacionamento de uma empresa ferroviária.
É que o local em volta do imóvel onde funcionava a antiga estação de trem, e hoje abriga a sede da Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo abrigará a estrutura da festa onde serão realizadas as atrações do pré-carnaval. O maior problema, no entanto, é que a montagem da estrutura acontece em frente ao ponto de acesso de veículos ao portão da vila. Segundo uma das moradoras, as famílias “estão muito preocupadas por não ter acontecido uma reunião para definir uma ação de como será feito o acesso dos carros de propriedade dos moradores às suas residências”.
A montagem da festa do pré-carnaval é apenas a “ponta do iceberg” do drama sofrido pelas cinco famílias. Se durante a folia esse desrespeito parte exclusivamente do poder público, no restante do ano o problema da retirada de uma placa que proibia o estacionamento em frente ao portão da vila faz com que motoristas não respeitem o direito de ir e vir dos moradores, colocando seus carros no local. A atitude atrapalha principalmente as famílias com pessoas idosas ou cadeirantes, que dependem do acesso de veículos dos familiares no interior da vila.
– Esse portão da empresa férrea é o que nós utilizamos para entrar e sair. Como é que eu posso sair pra rua com o meu carro? A minha mãe é cadeirante, e aí a gente é obrigado a acionar o lado da calçada, mas se eu fizer isso, estarei na contramão. O certo é passar por onde esses ‘engraçadinhos’ colocam o carro deles, e isso sempre acontece! – reclama Lorraine Aparecida, uma das moradoras da vila.
E como se não bastassem os abusos, a moradora relatou que sofreu também com a falta de educação de um dos infratores, e também com o descaso do poder público. “Teve um dia que uma mulher faltou com o respeito comigo, ela chegou a me xingar, e estava errada! Só Deus mesmo! E não adianta a gente ir lá na secretaria, pois não resolvem nada, só veem e não dão uma solução. Nem um guarda municipal por perto tem pra coibir isso, só tem policial”, lamenta.
Segundo Lorraine, na maioria das vezes os motoristas que obstruem a passagem dos usuários do estacionamento localizado no interior do terreno da empresa ferroviária são os próprios cidadãos que precisam comparecer à Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo para a retirada de documentos como o comprovante de MEI (voltado à regularização de microempresários), e acabam estacionando em frente ao imóvel utilizado pela secretaria.
– A maioria que estaciona no lugar errado são pessoas atendidas pela secretaria que funciona na antiga estação. E dependendo do tipo de serviço que elas precisam no local, acabam tendo um atendimento demorado e aí o carro fica por mais tempo no local. Sem falar que algumas delas estacionam ali e vão embora para o Calçadão – cita.
A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Fotos: Reprodução/Redes Sociais
