Pela primeira vez, haverá assembleia unificada dos servidores da educação em Resende

Anelize (à direita): idealizadora da reunião que definiu por assembleia unificada

Em reunião realizada nesta quarta-feira, dia 30, na Universidade Estácio de Sá, os professores da rede municipal de ensino de Resende ganharam mais um aliado na luta contra o criticado reajuste de 3% dado pelo prefeito Diogo Balieiro (DEM) a todos os trabalhadores da prefeitura no início da semana. Pela primeira vez, as três entidades representantes da categoria – Sindicato dos Funcionários Públicos do Município de Resende (SFPMR), Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e Associação dos Professores do Município de Resende (APMR) – chegaram a um consenso e se aliaram para realizar uma assembleia unificada, marcada para o dia 13 de fevereiro.

– Este é um momento de grande importância para esta luta. O ganho maior foi a unicidade das 3 entidades representantes que abraçaram a causa. Hoje demos um passo de muitos que virão rumo as conquistas de nossos direitos que foram tirados. Aceitar 3% está longe de nossos ideais, ainda mais depois de cinco anos sem reajustes, não cumprimento do Piso Nacional e cumprimento de 1/3 da carga horária, sem contar a falta de pagamento do auxílio ensino, adicional de qualificação e vantagem pecuniária. Nas redes sociais do prefeito tudo é lindo e florido, porém na prática é o contrário – disse um dos servidores que participaram da reunião, ao jornal BEIRA-RIO.

Porém, até que a decisão fosse tomada, através da sugestão de uma das servidoras, houve um bate-boca entre representantes das três entidades, já que a Lei Orgânica de Resende prevê, em seu Artigo 34, inciso I, que “haverá uma só associação sindical do servidor público municipal”. Ou seja, segundo os servidores, o prefeito estaria se utilizando da lei para não negociar com as entidades que lutam pelos professores, e para receber apenas o Sindicato dos Servidores Públicos em seu gabinete.

Após o evento, uma das servidoras que lutaram para que a categoria votasse pela realização da assembleia por unanimidade fez um balanço, e acredita que os servidores estarão mais fortalecidos.

– Sobre a reunião de ontem, achei muito proveitosa e com um número de pessoas que superou minha expectativa (cerca de 40 pessoas compareceram à reunião). É compreensível que muitos professores têm receio em participar de assembleias como esta, assim como quem está em período probatório. Considero muito positivo a possibilidade de ter uma assembleia unificada com as entidades representantes, sindicato, Sepe e APMR. Se isso de fato ocorrer, ninguém nos segura, pois estaremos muito mais fortes e de forma democrática, onde todos tenham vez e voz – citou a servidora Cláudia Luisa, após a reunião, nas redes sociais.

Antes da assembleia, porém, o SFPMR anunciou que irá protocolar nesta sexta-feira, dia 31, na Prefeitura, um novo pedido de reunião com o prefeito para negociar o reajuste salarial dos profissionais da educação readequado ao piso nacional, além de outros assuntos relacionados à categoria.

NINGUÉM ESTÁ CONTENTE COM 3%
A reunião diferente de encontros anteriores, foi organizada por uma servidora nas redes sociais. “Resolvi organizar esta reunião porque o prefeito não vem cumprindo com o pagamento do piso salarial correto, nem cumprindo com um terço da cargo horária. O certo seria pagar o piso respeitando a legislação nacional, estamos há cinco anos sem reajuste e depois ainda vem com essa miséria de 3%? Ajudou? Ajudou sim, mas no geral 3% é chamar a gente de trouxa. O professor não está feliz por isso. Ninguém está contente com 3%!”, desabafou a professora Anelize da Conceição Nogueira.

Anelize revela que criou um grupo nas redes sociais por sugestão de uma colega de trabalho. “Ela perguntou pra mim porque eu não criava um grupo nas redes sociais. Aceitei a sugestão, e então fomos adicionando as pessoas. Dessa forma, fiquei conhecendo uma integrante da APMR, que depois me indicou o Georvânio (presidente em exercício do SFPMR). Mas quero deixar claro que não represento nenhuma dessas entidades que lutam por nós, sou apenas uma professora indignada”, completou a professora, que trabalha como concursada pelo município há 6 anos.

A assembleia unificada de 13 de fevereiro tem início previsto para as 18 horas, com local ainda a ser definido.

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