Com buscas realizadas nesta terça-feira, número de mortos chega a 84 em Brumadinho

Equipes de resgate trabalham em buscas: chances de se encontrar sobreviventes diminuem (Foto: Mauro Pimentel/AFP)

Segundo dados atualizados da Defesa Civil de Minas Gerais nesta terça-feira, dia 29, até o momento 84 pessoas foram encontradas mortas e 276 desaparecidas após a tragédia provocada pelo rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte. Mais uma vez, desde o último sábado, dia 26, não foi encontrado nenhum sobrevivente, segundo o Corpo de Bombeiros estadual. O porta-voz da corporação, tenente Pedro Aihara, informou que a possibilidade de encontrar pessoas com vida nos próximos dias é muito pequena.

Além desses números, dos mortos confirmados, 42 foram identificados. Também foram resgatadas 192 pessoas e outras 391 foram localizadas. Segundo Aihara, dois dos corpos resgatados nesta terça são de pessoas que estavam no refeitório da Vale. Outros três foram localizados em um dos ônibus soterrados. Já a Vale estima que cerca de 600 empregados estavam no refeitório e no prédio administrativo da mineradora no momento do acidente.

O rompimento da barragem de rejeitos, que ficava na mina do Córrego do Feijão, fez com que um mar de lama varresse a comunidade local e parte do centro administrativo e do refeitório da Vale. Entre as vítimas, estão moradores e funcionários da Vale.

Para a realização dos trabalhos, participam 290 militares, sendo 120 de Minas Gerais e os outros de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Alagoas. Além deles, um grupo de militares de Israel, que chegaram ao país no final de semana, têm auxiliado nas buscas através de equipamentos para mapeamento de celulares, sonares, radar que detecta o tipo de material que está no local, e drones ligados a satélites para mapear a área atingida.

As buscas nesta terça começaram pouco depois das 6h e devem se estender até às 21h. A operação priorizou a área em que ficava o refeitório onde almoçavam funcionários da Vale no momento da tragédia. Os trabalhos de resgate seguirão nesta quarta-feira, dia 30, por volta das 4h, conforme acrescentou o porta-voz.Engenheiros da Vale presos em MG e em SP

ENGENHEIROS PRESOS
Cinco pessoas, entre elas dois engenheiros, foram presas na manhã desta terça, suspeitas de responsabilidade na tragédia da barragem 1. Os engenheiros André Yassuda e Makoto Namba – da empresa TÜV SÜD – prestavam serviço para a mineradora Vale, e foram presos em São Paulo. Além deles, em Minas Gerais, foram presos três funcionários da Vale, o geólogo Cesar Augusto Paulino Grandchamp; o gerente de Meio Ambiente do Corredor Sudeste da Vale, Ricardo de Oliveira e o gerente executivo do Complexo Paraopeba da Vale, Rodrigo Artur Gomes de Melo.

No mandado de prisão, a juíza Perla Saliba Brito afirma que o geólogo Grandchamp e os engenheiros Yassuda e Namba “subscreveram recentes declarações de estabilidade das barragens” da Vale, “informando que tais estruturas se encontravam em consonância com as normas de segurança, o que a tragédia demonstrou ser inverídico”. Ela também citou que “havia meios de se evitar a tragédia”.

Sobre os gerentes da Vale detidos, Oliveira e Melo, a magistrada destacou que ambos “são diretamente responsáveis pelo regular licenciamento e funcionamento das estruturas das barragens, incumbindo-lhes o efetivo monitoramento das barragens que se romperam”.

Para Perla, as prisões são necessárias porque há indícios de autoria ou participação dos cinco em crimes ambientais, de falsidade ideológica e homicídios. Os cinco foram levados para a Penitenciária Nelson Hungria, na região metropolitana de Belo Horizonte, e ficarão presos temporariamente por 30 dias.

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