Morreu na noite desta quarta-feira, dia 14, a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (Psol). Ela foi baleada dentro de um veículo na Rua Joaquim Palhares, na Região Central do Rio. Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morto. Já outra passageira, que era a assessora da vereadora, foi apenas atingida por estilhaços e foi levada para o Hospital Souza Aguiar e liberada em seguida para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios.
De acordo com as primeiras informações da Polícia Militar, um bando que estava em outro carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e disparou. Marielle foi baleada quatro vezes na cabeça. A perícia encontrou, pelo menos, nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada, o que leva os investigadores da Delegacia de Homicídios a trabalhar com a linha de investigação se tratando de uma execução.
A vereadora voltava da apresentação de um evento chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, na Rua dos Inválidos, na Lapa, do qual havia participado no início da noite .
As autoridades se pronunciaram e lamentaram a morte da vereadora. Em nota, o Secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, informou que determinou ampla investigação e que a acompanha junto com o chefe de Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, o andamento do caso. O deputado estadual do PSOL, Marcelo Freixo, disse que o crime é “inadmissível”, mas disse que a vereadora nunca tinha sofrido nenhuma ameaça. Ele pediu maior rigor nas investigações.
Uma dia antes de ser assassinada, Marielle reclamou da violência na cidade, no Twitter. No post, ela questionou a ação da Polícia Militar. “Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, disse.
Marielle ainda criticou em seu post o 41° BPM no último sábado, dia 10. “O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens”, escreveu ela.
Marielle tinha 38 anos e se apresentava como “cria da Maré”. Ela foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições de 2016 com 46.502 votos, em sua primeira disputa eleitoral. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo.
Fotos: Reprodução
Fonte: G1
