Polícia Civil e MPRJ realizam segunda fase da operação “Vou de Táxi”

Começou na manhã desta quinta-feira, dia 22, a segunda fase da operação “Vou de Táxi”, de combate ao tráfico de drogas no Sul Fluminense, realizada pela Polícia Civil e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Segundo o MPRJ, o objetivo da operação é cumprir mandados contra mais de 100 integrantes de facções criminosas ligadas ao tráfico nos municípios de Barra Mansa, Itatiaia, Porto Real, Resende e Volta Redonda. Até o momento, 84 pessoas foram presas (a operação pretende cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva de 92 pessoas denunciadas por tráfico de drogas), e estão sendo levadas para a 89ª DP (Resende).

Ainda de acordo com a MPRJ, entre os integrantes da quadrilha estão 10 adolescentes. Diante do grande número de criminosos, foram apresentadas sete denúncias à 2ª Vara Criminal de Resende e uma denúncia perante a Auditoria Militar, cada qual contemplando um núcleo de criminosos específico.

De acordo com o inquérito, a associação criminosa agia com organização, nos moldes de uma empresa formal, em diversos bairros de Resende, assim como em outras cidades da região, além do Estado de São Paulo. Relatórios elaborados pela Polícia Civil demonstram que os denunciados estão envolvidos em diversos outros crimes, inclusive roubos armados a estabelecimentos de Resende. As denúncias apontam que os denunciados estão ligados às facções criminosas oriundas da capital fluminense, bem como ao Primeiro Comando da Capital-PCC, sediada em São Paulo, sendo que os líderes do núcleo criaram “uma célula formal destes grupos criminosos na região Sul Fluminense”.

Além das prisões, a operação cumpre cem mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados, para localizar e arrecadar novas provas dos crimes para o farto conjunto probatório que já conta, especialmente, com diversos diálogos telefônicos interceptados. Também serão apreendidos bens móveis, já que, ao longo de meses de investigações, o MPRJ apurou que os bens e os ativos dos denunciados são todos provenientes das atividades criminosas.

Antes mesmo do início da operação deflagrada nesta quinta-feira, foram encontradas 13 armas de fogo e apreendidos cinco carros e aproximadamente 30 quilos de entorpecentes, dentre maconha, cocaína e crack. Em uma creche municipal, onde um dos denunciados era vigia, os investigadores descobriram munições, incluindo uma de calibre 50, além de materiais para preparação de entorpecentes. Foram realizadas ainda 43 prisões e desmantelados dois laboratórios de refino de drogas.

Além deles, também foram denunciados pelo crime de extorsão os policiais militares Jorge Leonardo Batista Correa e Dorvagnes Fernando de Andrade Silva do Nascimento, ambos lotados no 37º BPM. A extorsão foi comprovada por interceptações telefônicas judicialmente autorizadas no âmbito da operação.

De acordo com as investigações, os PMs estavam em serviço quando abordaram Marcos Felipe e Willian, conhecidos traficantes de drogas da região Sul Fluminense, subordinados a Milton, conhecido como Tio. Na ocasião, Marcos Felipe e Willian estavam a bordo de um veículo BMW de propriedade de Tio. Conforme demonstram as conversas telefônicas, os denunciados inicialmente exigiram a quantia de R$ 30 mil para não apreender o veículo clonado e não prender Marcos Felipe e Willian.

A operação “Vou de Táxi”, que tem esse nome após as investigações identificarem um taxista suspeito de ajudar a entregar drogas, teve sua primeira fase em 27 de outubro de 2016, quando foram cumpridos 48 mandados em Resende. As investigações começaram em 2015.

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.