Taxa de juros Selic pode cair. Saiba o impacto disso na poupança

Nesta quarta-feira, dia 6, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciará, se tudo ocorrer conforme as previsões, a queda da taxa de juros Selic, de 9,25 para 8,5% ao ano.

A saber, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, sendo esta a segunda menor taxa de juros, com a menor sendo a TJLP, e serve de referência para a economia do país.

Ela é usada nos empréstimos feitos entre bancos e também nas aplicações feitas por estas instituições em títulos públicos federais. Um exemplo de impacto dessa taxa é no consumo. A alta da Selec encarece os financiamentos e aumenta os juros cobrados em cartões de crédito, assim fica mais caro comprar de forma parcelada. Logo, a Selic alta desestimula o consumo, reduzindo a venda de mercadorias e serviços, prejudicando todo o mercado.

Dito isso, com os dados acima, se forem por volta do estipulado pelas pesquisas, será utilizada a regra criada pelo Governo, em 2012, que muda o cálculo e reduz o rendimento da caderneta de poupança, que passará a ser de 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).

Para entender melhor, esse gatilho foi criado porque, com a queda de juros Selic, a poupança pode se tornar mais atrativa do que todos os fundos de renda fixa, e assim, até mesmo os grandes aplicadores poderiam migrar para a caderneta, fazendo com que o Tesouro Nacional tivesse menos compradores dos títulos públicos, sendo plausível, já que, além do bom rendimento, a caderneta teria ainda vantagem de risco zero, isenção de cobrança do Imposto de Renda e de taxas de administração.

Com o intuito de informar quem esta pensando ou costuma realizar aplicações de seu dinheiro, faz-se necessário uma análise mais profunda, a definir claramente os objetivos, e direcionando assim o dinheiro da melhor maneira possível.

Reinaldo Domingos, doutor em educação financeira, em uma primeira análise, afirmar que essa redução não significa que necessariamente precise deixar de colocar seu dinheiro nessa modalidade ou investir em outro tipo de aplicação.

Inúmeros fatores devem ser levados em conta antes de uma tomada decisória, mesmo que os números mostrem um tipo de investimento como vantajoso. Esses fatores tem grande impacto e costumam ser imprevisíveis, como o comportamento do mercado, que pode mudar de rumo com o correr do tempo e, além, principalmente, dos sonhos e objetivos que se anseia em alcançar, que podem sofrer alterações ao passo do tempo e situações a ocorrerem em sua vida.

Investir apenas na linha que aparentemente tem a maior rentabilidade pode se apresentar como uma armadilha até mesmo para os mais experientes, gerando inclusive prejuízos em determinados casos. Além disto, o dinheiro poupado deverá ser dividido em investimentos direcionados aos objetivos e sonhos de curto, médio e longo prazos.

CONFIRA AS DICAS DADAS PARA CADA UM DELES:

Sonhos de curto prazo: São aqueles que se pretende realizar em até um ano. Para esses, ainda é interessante aplicar em caderneta de poupança, pois, quando necessitar, terá a disponibilidade de retirar sem pagar taxas, imposto de renda ou perder rendimentos.

Sonhos de médio prazo: Esses abrangem um período de um a dez anos. São aqueles que não ocorrem imediatamente, mas conseguimos visualizar a realização em um período não tão longo. Para estes, são interessantes linhas que tenham prazos pré-estabelecidos no período do sonho a ser realizado. Dentre as opções, recomenda-se o Tesouro Direto, CDB, Fundo de Investimentos, Título do Tesouro e ouro. Neste caso, o melhor é pesquisar em pelo menos três instituições financeiras de grande porte.

Sonhos de longo prazo: São aqueles que a maioria das pessoas acreditam que não irão realizar, por representar algo muito distante. O tempo destes sonhos é acima de dez anos, o que faz com que muitos desanimem antes mesmo de começar. “Afirmo, seja qual for o seu sonho, ele é factível de ser realizado, mas, é preciso perseverança e começar imediatamente.”, diz Domingos. Para estes sonhos, recomenda-se investir em Tesouro Direto, previdência privada, e ações. No caso de investimento em ações, o melhor é investir no máximo 20% do dinheiro total com essa finalidade, isto porque há grande risco, por depender do desempenho da empresa na qual investe.

IMPORTANTE

Visto as dicas, ainda é preciso, antes de mais nada, conter os ânimos, se calmar, e lembrar de nunca tomar decisões por impulso. “Recomendo que se tenha uma reserva financeira extra, para eventuais imprevistos (para esse caso a poupança também é recomendada)”, afirma Domingos.

Por fim, por mais que as informações fornecidas auxiliem no direcionamento para mudanças de aplicações, uma das premissas da educação financeira fundamental ainda é manter a calma e ter objetivos claros, o que fará com que a realização de seus sonhos se tornem mais simples.

Fonte: DSOP Educação Financeira 

Foto: UOL Economia/Marketing Apice/Sime Darby Property

Salvar

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.