Um grupo formado por aproximadamente 45 moradores da região do Grande Paraíso (que engloba bairros como Paraíso, Castelo Branco e Morro do Cruzeiro) se reuniu na manhã dessa sexta-feira, dia 21, para se manifestar contra o mau atendimento na Policlínica do Paraíso, em frente à unidade. Munidos de faixa e cartazes, os moradores estiveram entre 8 e 9 horas criticando a demora no atendimento, a falta de remédios nas farmácias, e de médicos e dentistas na policlínica, e a realização de exames.
Um desses moradores é a dona de casa Maria Divina de Mendonça. Diabética há oito anos, ela tem encontrado dificuldades em conseguir todos os medicamentos de graça. “Quando a gente vai pegar o remédio (na farmácia) para o diabetes, eles só dão alguns medicamentos, a maioria tem que comprar”, cita a dona de casa.
Moradora do Paraíso, ela revela que precisou marcar consulta em outro município para cuidar da saúde. “Estou com consulta marcada para tratamento cardíaco para o dia 16 de agosto em Volta Redonda, e tenho que pegar condução para viajar em frente à UPA”.
– A gente quer saber o que o prefeito vai fazer pra nós porque daqui a pouco a gente vai estar morrendo igual a um cachorro. Nem na emergência (Hospital de Emergência) está tendo atendimento, dizem que não podem atender e nos mandam pra casa, dão só um remedinho. Aí só quando piora é que dão a internação. Então o que esse prefeito está fazendo? – desabafou a dona de casa Maria Clarice Vitoriano.
Moradora do Morro do Cruzeiro, ela também critica o fechamento do posto local, e o remanejamento dos pacientes para a policlínica do Paraíso. “Nos tiraram de lá do posto (no Morro do Cruzeiro), e até agora não foi ninguém lá para reabri-lo. E tá um tumulto pros moradores daqui do Paraíso, a gente está sendo atendido aqui e tirando a oportunidade de quem mora aqui. Prefeito falou que ia fazer e acontecer, só que não tinha previsão pra entregar o posto para nós”, completa.
A presidente da Associação de Moradores do Paraíso, Elizabete de Oliveira Cardoso, a Betinha, destaca o objetivo da manifestação.
– A gente está reivindicando que todo cidadão tem direito a saúde, mas o que acontece em nosso bairro não é exatamente isso. Juntaram três postos de saúde em um só (a Policlínica, que atende três diferentes bairros) só pra atender, então está uma bagunça, uma desorganização. A gente luta também pelos exames, pelas consultas, e fico revoltada porque a gente sabe que a nossa cidade arrecada mais de R$ 1 milhão por dia, e estão com a desculpa da crise. E se tem crise, por que eles não diminuem aquele tanto de cargo comissionado e não diminuem os salários de prefeito, vereador e vice? Garanto que vai sobrar pra saúde – questionou a presidente.
A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, e ainda aguarda uma posição sobre o caso.