SUS adota novo medicamento de prevenção a Aids

jornal 3O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a distribuir um novo medicamento de prevenção ao HIV, aguardando apenas a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), prevista para a próxima segunda-feira, dia 29, com sua demanda então para daqui a 180 dias pós-publicado o protocolo. Ricardo Barros, ministro da Saúde, nesta quarta dia 24 quem fez o anúncio durante sua participação na Assembleia Mundial de Saúde, realizada em Genebra (Suíça).

A Profilaxia Pré-exposição (PrEP) consiste na utilização do antirretroviral (truvada) antes da exposição ao vírus, em pessoas não infectadas pelo HIV e que mantêm relações de risco com maior frequência. Vale lembrar de que o uso desse medicamento não dispensa outros métodos preservativos já existentes.

A incorporação do truvada (tenofovir associado à entricitabina) foi recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), após consulta pública realizada para obter informações, opiniões e críticas de pesquisadores e outros setores da sociedade. Com a nova medida, o Brasil se torna o primeiro país da América Latina a utilizar essa estratégia de prevenção como política de saúde pública.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2012, a oferta de PrEP para os grupos de risco prioritários: casais soro diferentes; homossexuais; profissionais do sexo e transgêneros (travestis e transexuais); consideradas populações-chaves. A PrEP já é utilizada em países como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá, onde é comercializada na rede privada, além da França, África do Sul, entre outros, que incorporaram ao sistema público de saúde.

O investimento inicial do Ministério da Saúde será de U$ 1,9 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões) na aquisição de 2,5 milhões de comprimidos, o que deve atender a demanda pelo período de um ano. A estimativa é de que a PrEP seja utilizada por aproximadamente 7 mil pessoas que fazem parte das populações-chave no primeiro ano de implantação do medicamento.

Human Immunodeficiency Virus (HIV), em português, Vírus da Imunodeficiência Humana. Imagem meramente ilustrativa.
Human Immunodeficiency Virus (HIV), em português, Vírus da Imunodeficiência Humana, causador da Aids. Imagem meramente ilustrativa.

“Uma série de critérios deve ser levada em conta antes da indicação da PrEP, como o número de parceiros sexuais, os outros métodos de prevenção utilizados, o compromisso com a adesão ao medicamento, entre outros”, disse Adele Benzaken, diretora do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, por uma videoconferência em Brasília.

As evidências científicas sobre a utilização do PrEP mostram que ele pode reduzir o risco de infecção pelo HIV em mais de 90%, desde que seja tomado corretamente, uma vez que sua eficácia está diretamente relacionada à adesão.

Segundo o último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids atualmente no país e desses, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que cerca de 260 mil já sabem que estão infectadas e 112 mil possuem o vírus, mas não sabem.

Fonte: Agência Saúde

Foto: Los Replicantes/Agora RN/ONU Brasil

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