No final da tarde de quarta-feira da semana passada, dia 12, o presidente da ONG Velho do Lago, Antônio Albino Filho, – conhecido pelo apelido que dá o nome a organização criada por ele e outros defensores do Lago do Mirante das Agulhas – , recebeu uma intimação pela Agência Municipal do Meio Ambiente de Resende (Amar), após denúncia feita no órgão, para que os equipamentos utilizados durante mais de 15 anos por ele e outros moradores e integrantes da antiga associação dos Amigos do Lago (hoje transformada na ONG) sejam retirados do Lago do Mirante, sob alegação de “instalação sem licença ou autorização de órgão competente”.
– Na hora em que eu recebi essa intimação, imaginei que isso seria um absurdo, pois há anos a gente vem melhorando essas ferramentas de manutenção do lago. Começamos com uma jangada de madeira, que depois passou a ser uma jangada de metal que mede 6 x 6 m, foi construída com recursos doados pelos moradores do bairro para fazer a limpeza do local, e que no fim de ano serve para que possamos colocar a nossa árvore de natal. E só agora fomos surpreendidos com a intimação – conta o Velho do Lago, acrescentando que os equipamentos passam por manutenção a cada dois anos, e que não tem como retirá-lo, pois não sabe onde guardar.
Questionado sobre qual medida será tomada, o presidente da ONG revela que pretende recorrer do prazo de 30 dias dados para a retirada do equipamento. Ele alega que no início do ano (em fevereiro), ele e a Amar foram chamados para uma reunião no Ministério Público, que orientou o Velho a não realizar qualquer ação dentro do lago. “Foi pedido para que a gente não interferisse em nada mais no lago, enquanto aguardamos a resposta do órgão sobre a dragagem do local”, defende-se. Na ocasião, o MP teria intimado os órgãos responsáveis a fazerem a limpeza no entorno do lago, o que foi feito depois de anos de luta do presidente da ONG, fundada há cinco meses e registrada legalmente no começo deste ano.
Com isso, conforme cita o Velho do Lago, ele e os demais membros da ONG receberão a visita de um engenheiro ambiental para dar um parecer que permita a ele e a organização chance de defesa. Ele também alega que a grande maioria dos moradores são contrários à retirada da estrutura de metal. “Estamos passando com um abaixo-assinado no bairro, e a grande maioria assinou (são ao todo quase 70 assinaturas), não concordando com a retirada da estrutura que serve para a montagem da árvore de natal, apenas uma pessoa que eu consultei foi a favor dessa retirada, mas não especificou o porquê”, frisa, aproveitando para questionar a própria Amar.
– Eles alegam que eu não tenho essa autorização para usar os equipamentos. Então porque não assumiram a limpeza do lago durante todos mais de 15 anos? – completa.
O Velho postou a notícia nas redes sociais no mesmo dia em que recebeu o documento. A repercussão – assim como no abaixo-assinado que ele pretende encaminhar ao MP – foi negativa, defendendo o presidente da ONG e com críticas a Amar e a quem teria feito a denúncia. A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende e a Amar, que até o momento não se pronunciaram sobre o assunto.
Fotos: Arquivo e Reprodução do Facebook
ISSO E RESENDE GENTE,NADA MUDOU.