De acordo com o comitê do setor de cargas do Reino Unido, que listou os 57 países em que é mais arriscado transportar mercadorias, o Brasil entra como uma das nações em destaque, sendo tão perigoso o transporte de cargas no território quanto é no Iraque ou na Somália, países em que há conflitos armados constantes que se arrastam por décadas. A análise de Joint Cargo Committee coloca o Brasil na oitavava posição dos país em que é mais perigoso o transportar carga. Se excluídas nações atualmente em guerra, como Síria e Sudão do Sul, o Brasil passa a ocupar o topo da lista, seguido de perto pelo México.
A pesquisa levou em conta os trechos da BR-116, entre Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro; da SP-330, entre Uberaba e Santos; e da BR-050, entre Brasília e Santos. Sergio Duarte, vice-presidente da Firjan, diz que a gravidade do problema afeta a competitividade da economia brasileira, já que a decisão de investimento do empresário leva em consideração inúmeros fatores, e uma delas é a segurança na hora de transportar seus produtos, pois querem que cheguem da melhor forma possível ao consumidor final — tais inconvenientes levam a custos alarmantes e perda de mercadorias e vendas. O roubo e/ou avaria de carga afeta frontalmente a decisão de investimento e compromete o futuro do país.
De 2011 a 2016, o número de roubos de carga registrados no Brasil subiu 86%, passando de 22 mil casos por ano no levantamento realizado pela Firjan. A soma não leva em conta os casos do Acre, Amapá, Paraná e de Roraima, cujos dados não foram obtidos pela pesquisa.
Neste ano, o Brasil levou apenas 44 dias para superar o número de roubos de carga registrados em 25 países europeus, nos Estados Unidos e no Canadá. Apesar de São Paulo concentrar a maior parte dos casos, o Rio de Janeiro chama a atenção pela velocidade com que a incidência do crime vem aumentando. Em 2011, pouco mais de 25% dos casos do país ocorreram no estado do Rio, fatia que cresceu para 43,7% em 2016.
Como resultado, os custos vêm aumentando e, advindo disso, várias empresas começaram a desistir ou repensar na ideia de levar suas mercadorias para o Rio de Janeiro, com diversos empresários fechando suas unidades no estado. Duarte ainda afirma que, além do encarecimento, o consumidor pode vir a enfrentar a falta de produtos se o problema persistir da maneira que está sem que haja uma tomada de soluções para o caso.
Fonte: Agência Brasil
Foto: Logweb/Soluções Transportes