Almoço para os invisíveis!

voluntarias_natalUma ação do grupo católico Missionários da Luz, da Paróquia Sagrada Família, deixou a tarde de Natal em Resende mais visível e solidária: um almoço entre os moradores em situação de rua, pessoas invisíveis aos olhos da maioria da sociedade e autoridades, e cerca de 25 voluntários deu brilho ao quieto e deserto Campos Elíseos em dia de feriado. O almoço aconteceu na calçada do famoso bar, Rei dos Salgadinhos e reuniu cerca de 80 pessoas. No cardápio, o que chamou a atenção não foi nem o frango, nem a salada ou as frutas, mas os sorrisos, mas de um lado dos moradores em situação de rua e do outro dos voluntários. Foi uma festa!

— Formamos esse grupo há dois anos e resolvemos com apoio da Igreja fazer esse almoço. Eu mesmo fui buscar pessoas que sabemos estão espalhadas na cidade. Fui na Alegria, Itapuca, Vicentina, Cabral, mas as pessoas não estão acostumadas a ser bem tratadas e desconfiam. Algumas pessoas recusaram entrar na Van para vir almoçar, porque desconfiam mesmo. Não sabem para onde serão levadas, mas felizmente foram poucas, conta o coordenador do grupo Valdeir da Silva.

Para um dos convidados, o fato de estar reunido entre pessoas que têm carinho no que fazem e que dedicam parte do seu feriado natalino para estar com quem conhecem pouco é o melhor presente. Marco Antônio Henriques Bourseau, mais conhecido como Carioca (detalhe na foto principal), conta que anualmente passa o Natal e Ano Novo com uma das famílias voluntárias: “São pessoas maravilhosas, que gostam de mim. E eu gosto muito delas”, conta Carioca.

O BEIRA-RIO perguntou ao padre Rafael, outro coordenador da ação, porque Resende sendo uma cidade com famílias abastadas tradicionalmente católica porque esta é a primeira vez que se vê uma ação destas. O padre afiado responde: “Famílias tradicionais e conservadoras. Resende hoje é uma grande maquiagem. Quem passa na Dutra e vê os prédios não consegue imaginar a Resende da periferia. Quem olha a torre da Igreja da Matriz, não consegue ver o que acontece nos bairros da periferia. Eu diria que Resende repete o que há mais de dois mil anos aconteceu a Jesus que junto e pelos pobres foi crucificado. As pessoas não enxergam os pobres. Esta ação é uma resposta, ainda que tardia, a toda esta situação”, analisou o padre que junto com padre Paulo, promoveram um momento de oração durante o almoço.

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