A tragédia que se abateu sobre a cidade catarinense de Chapecó

A tragédia que se abateu sobre a cidade catarinense de Chapecó na madrugada de terça feira, 29 de novembro, enlutou o Brasil. Uma comoção avassaladora e uma perplexidade absurda tomou conta de todo país e por todos os cantos, através das mídias, das redes sociais, o que se via eram pessoas se perguntando se era verdade mesmo e como haveria de ser possível tantas partidas e de forma tão covarde.

É claro que é possível, desde que estejamos vivos. Entretanto, quando uma tragédia dessas acontece nos deparamos com nossa finitude através de um choque de realidade, o que, em geral, tende a modificar de forma assustadora, ainda que por alguns dias, nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionarmos com as pessoas com as quais somos próximas. Todos esperamos por uma morte natural, que venha a nos encontrar e que também encontre nossos entes queridos e amigos próximos, no ocaso da existência, cercado por amigos e familiares, sem dor, sem sofrimento. Somente a partida necessária, cumprindo a lei natural a qual estamos sujeitos. Não assim, dessa feita, amarga, brutal e desmedida.

A morte é a única prova em que todos, sem exceção, serão submetidos e aprovados com louvor. Não há quem seja reprovado. Mesmo assim não fica mais fácil de compreender que que vidas jovens, incipientes e saudáveis sejam ceifadas tão extemporaneamente.

Cada uma das vítimas fatais cala um sentimento de profunda dor e sofrimento no coração dos amigos, familiares e fãs. Cada uma dessas vítimas fatais carrega e encerra consigo uma avalanche de sonhos e projetos que jamais serão realizados da forma que foram pensados. Um lote enorme de segredos, talentos, experiências, saberes. Histórias que jamais serão contadas, alegrias jamais vividas. Esse infortúnio, calamitoso, catastrófico, impróprio, nos subtrai grotescamente de tudo que significa e dá o sentido à vida.

Remeto-me ao escritor português Valter Hugo Mãe que em seu livro “Desumanização” nos diz: a morte é um exagero, pois leva mais do que deixa.

Meu silêncio, tristeza e respeito.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.