Na noite desta segunda-feira, dia 7, foi realizada a audiência pública sobre as feiras livres, realizadas aos sábados no bairro Morada da Montanha, e aos domingos na Praça da Bandeira (Praça do Trenzinho), em Campos Elíseos, no Plenário da Câmara de Resende. Convocada pelo vereador Tiago Forastieri (PSC), contou com a presença em massa de representantes de associações de feirantes, artesãos e comerciais, de autoridades ligadas à Prefeitura de Resende e dos próprios comerciantes, feirantes, artesãos e consumidores de Resende e região.
Entre os assuntos discutidos junto ao público, um deles foi lembrado tanto pelo público presente quanto pelas autoridades que estavam reunidas à mesa: a ausência de pequenos produtores nas feiras livres, criticada em evento realizado horas antes no Sindicato Rural de Resende. “Estive participando mais cedo da reunião realizada no Sindicato com quem trabalha com agricultura familiar, e dois produtores da Comunidade Terra Livre se queixaram de falta de espaço nas feiras para comercializarem seus produtos”, citou Antônio Teixeira, o Tonhão, que representou a Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Resende (Aciar) no evento.
Essas críticas foram reforçadas pelo presidente do Conselho Municipal de Agricultura Familiar, Johnny Robson de Souza. “Muitos agricultores familiares desistiram de produzir e tiveram que migrar para a cidade e procurar empregos nas indústrias especialmente por problemas de logística. E isso faz com que Resende deixe de vender alimentos orgânicos em suas feiras porque o foco dessa produção é a agricultura familiar”.
O secretário de Comércio, Reynaldo Raeli, chegou a justificar a ausência de pequenos produtores nas feiras. “O espaço ficou pequeno demais para acomodar novos produtores na feira livre, por isso não conseguimos cadastrar todos. Vamos ampliar esse espaço principalmente na Praça da Bandeira, em frente ao prédio da antiga Cooperativa Agropecuária de Resende”, prometeu.
Um dos feirantes presentes questionou a realização da feira livre no Parque de Exposições, sugerida pelo secretário de Agricultura e Pecuária, Miguel Dias, aproveitando a discussão sobre a falta de espaço na feira. “E a logística? Como vamos fazer pra carregar um monte de mercadoria”, criticou o feirante. O Secretário chegou a rebater. “Só estou dando a sugestão, não quer dizer que passará a ser lá”.
Outros assuntos também foram discutidos de acordo com a necessidade dos feirantes, entre eles os locais e datas, a higiene dos produtos e a prioridade aos expositores locais. O presidente do Sindicato Rural de Resende, Gilson Mário Siqueira, também criticou a desorganização da feira e também citou as reclamações de feirantes. “Ficamos tristes por quem produz no país, o mal é que temos cacique demais, tem gente que quer se dar bem em cima do pequeno produtor”, lamenta.
VEREADOR SE DEFENDE DE CRÍTICAS
Durante o evento, Forastieri aproveitou para rebater as informações publicadas nas redes sociais e na mídia que o criticam por supostamente estar defendendo os comerciantes e por querer acabar com as feiras livres em Resende. “Vereador não tem poder de acabar com feira, só quem pode fazer isso é a prefeitura. Infelizmente se aproveitaram da boa-fé das pessoas para disseminarem essas informações mentirosas”, completa.
A audiência teve duração de quase três horas. Cada integrante da plateia, entre feirantes e consumidores, que se inscreveu durante o evento teve 10 minutos para colocar seus questionamentos à Mesa Diretora.
Muitos desses questionamentos estiveram dentro da pauta de assuntos já destacados na Mesa Diretora, entre elas o problema da legalização de feirantes, falta de acesso às leis municipais e a qualidade no atendimento ao consumidor.
