Moradores de ruas da Vila Julieta relatam transtornos em meio à obra

Máquinas paradas na Avenida Governador Portela
Máquinas paradas na Avenida Governador Portela

Na tarde desta segunda-feira, dia 31, a equipe do jornal BEIRA-RIO esteve na Avenida Governador Portela e na Rua Feliciano Sodré, no bairro Vila Julieta, duas das seis ruas que passam por obras de troca de manilhas, bueiros e bocas-de-lobo, além de posteriormente receber o asfaltamento. O problema, segundo os moradores, é que mesmo em dia útil nem sempre os funcionários das obras estão no local trabalhando. Nesta segunda-feira, inclusive, nenhum deles foi encontrado.

Veículos levantam poeira na Feliciano Sodré
Veículos levantam poeira na Feliciano Sodré

Se faltam funcionários frequentemente nesses locais, por outro lado o que sobra é reclamação, especialmente nas redes sociais. Uma das moradoras da Feliciano Sodré, a professora Lorraine Cristina do Amaral tem publicado várias fotos do estado em que se encontra a rua e postado em grupos, algumas duas para o jornal BEIRA-RIO. “Pelo que nós sabemos até agora, a obra tinha um prazo para terminar, mas todo mundo aqui está perdido, até o próprio encarregado dessas obras não soube nos dizer. Chegaram a passar várias informações, inclusive de previsão de encerrar até o Natal. Mas do jeito que estão faltando ao trabalho, vai demorar a acabar”.

Crianças que estudam em uma creche e moradoras sofrem com a poeira das obras
Crianças que estudam em uma creche e moradoras sofrem com a poeira das obras

Com a realização das obras, o tempo seco, os veículos que trafegam nos dois locais e o vento, a poeira está adentrando as casas de moradores e os estabelecimentos comerciais, provocando gastos com produtos de limpeza, energia e medicamentos para os moradores e prejuízos nas vendas aos comerciantes. “Aqui está um horror, várias crianças e idosos aqui das proximidades estão ficando doentes com os problemas respiratórios, inclusive minha filha”, revela a autônoma Annuska Pinheiro, que mora na Avenida Governador Portela.

Sua mãe, a doceira Beatriz Pinheiro, relata que a poeira tem obrigado a fechar toda a casa, mas ainda assim sem muito sucesso. “Por mais que eu feche, a poeira parece que é fina e passa por todas as frestas. Então acabo tendo que passar pano para limpar o chão de manhã e a noite, se fosse limpar sempre os móveis, seria o dia inteiro só fazendo isso”, cita.

Na Feliciano Sodré, Lorraine aponta que os comerciantes tiveram prejuízos com a poeira das ruas. “O dono de uma padaria que fica aqui perto, as pessoas nem querem mais ir pra tomar um café ou fazer lanche por causa da poeira. Tem um proprietário que precisou reformar o bar pelo mesmo motivo”.

Flagrante: durante matéria, caminhão-pipa ajuda a amenizar problema nas duas ruas
Flagrante: durante matéria, caminhão-pipa ajuda a amenizar problema nas duas ruas

Nos últimos dias, quase não choveu, mas segundo os moradores das duas ruas, um caminhão-pipa passou molhando os locais empoeirados, mas que isso não costuma ser frequente. “Só fizeram isso porque a TV veio fazer uma reportagem aqui com o pessoal da Governador Portela”, relembra a professora da Feliciano Sodré.

Quando chove, os moradores passam por novos transtornos. “No período de chuva, a gente sofre muito com os alagamentos porque o pessoal fez a obra aqui, na minha opinião, sem nenhuma necessidade. Agora o nosso temor é que a obra seja concluída de qualquer jeito, sem bocas-de-lobo, e aí vai formar poças em frente à nossa casa”, diz Beatriz.

Se na rua da doceira falta boca-de-lobo, do lado onde mora Lorraine as mesmas estão sendo recolocadas e vêm incomodando os moradores. “Eles reformaram a rede de esgoto da rua, mas depois que terminaram, tornaram a quebrar porque haviam errado na execução da obra. Isso está sendo um tormento para nós, ainda mais quando chove. Tive que abrir uma vala em frente a minha casa, fora que dá para sentir o mau cheiro do esgoto”, lamenta.

MORADORES FAZEM BARRICADAS
As barricadas que aparecem nas fotos postadas nas redes sociais desde a semana passada têm sido uma medida tomada pelos moradores para conter a passagem de veículos e amenizar a circulação de poeira pelas ruas. “Pelo menos nesses últimos dias a poeira não entrou tanto por aqui graças às duas barricadas que colocamos em nossa rua”, acrescenta Beatriz.

Também na Feliciano Sodré essa foi a solução encontrada. Ainda assim, tem gente que tenta burlar a barreira imposta pelos moradores. “Tive que chamar a atenção de um motorista que ao invés de pegar outro caminho para chegar ao destino dele, queria tirar a nossa barricada. Ele ainda respondeu de volta que tinha o direito de trafegar por ser uma via pública. Só que depois eu disse que ele não consertaria a nossa rua”, diz o aposentado José Domingues Corrêa, que mora na esquina da rua com a Minas Gerais, onde é comum carros e ônibus passarem levantando poeira.

RELEMBRE O CASO
No início de outubro deste ano, o jornal realizou a primeira matéria falando sobre a reclamação de moradores contra a paralisação das obras em seis ruas do bairro Vila Julieta, ocorrida há dois anos. A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, mas até o momento não obteve nenhuma resposta.

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.