A fábrica da Coca-Cola localizada no município de Porto Real, anunciou nesta quinta-feira, dia 13, que encerrará a produção da bebida na região e demitiu 208 funcionários. A Companhia Fluminense de Refrigerantes, fundada há quase 70 anos, era responsável pela produção e distribuição da bebida e foi comprada pelo grupo mexicano Femsa, maior engarrafador mundial da marca, no ano de 2013.
Em nota, a Coca-Cola informou que “em um processo de reestruturação da planta de Porto Real, inicia hoje (dia 13) a descontinuação das linhas de produção desta unidade, em função da necessidade de readequação de sua capacidade produtiva. A empresa aproveita para agradecer “o talento de todos os seus colaboradores” e informa “que um pacote de benefícios foi acordado com o sindicato para que estes trabalhadores possam dar continuidade a sua trajetória profissional, tendo garantidos todos os seus direitos trabalhistas previstos na legislação brasileira, assim como a extensão de seu plano de saúde, vale refeição e um bônus por tempo de atuação na companhia”.
A empresa, no entanto, manterá as áreas comercial e de distribuição em Porto Real, que seguem com suas atividades operacionais em normalidade, totalizando 450 colaboradores. Segundo a mesma nota, a reestruturação “foi necessária em função da reorganização da capacidade produtiva da companhia na região Sudeste do país, potencializando, ainda mais, a eficiência de suas plantas-verde”. Com isso, as operações de produção de Porto Real passarão a ser realizadas nas fábricas de Itabirito/MG e Jundiaí/SP. Já os turnos de trabalho estavam sendo planejados de acordo com a estimativa de produção.
As demissões fazem parte de uma estratégia adotada pela Coca-Cola em janeiro de 2015, quando esta anunciou que cortaria entre 1,6 mil e 1,8 mil empregos em todo o mundo como parte de um plano de redução de custos de US$ 3 bilhões anunciado anteriormente. Antes das demissões, a empresa tinha cerca de 130 mil funcionários.
CORTES MOTIVADOS POR QUEDA NAS VENDAS
Segundo informações do Wall Street Journal, a Coca-Cola estimava cortar entre 1,0 mil e 2,0 mil empregos a partir de janeiro para otimizar suas operações depois de alertar em outubro de 2014 que não atingiria as metas de lucro em 2014 e 2015 em razão do enfraquecimento das vendas de refrigerante. O programa de corte de custos de US$ 3 bilhões foi anunciado no mesmo mês e faz parte de um plano de reestruturação da companhia que será concluído em 2019.
Mas a estratégia da Coca-Cola sofreu um abalo nos últimos dias. Segundo informações do jornal Financial Times, o desejo de reduzir o número de franqueadas mundiais foi frustrado após os analistas terem dito que a participação de US$ 3,5 bilhões a US$ 5 bilhões que a fabricante de refrigerantes anunciou que comprará na Coca-Cola Beverages Africa (CCBA), empresa de engarrafamento africana, é grande demais para ser adquirida por só um comprador.


