Alunas de colégio da Alegria participarão de feira de ciências no Recife

Professor Elson, as alunas Melissa e Gabriele, e a diretora Sheila representaram colégio no Fecti
Professor Elson, a aluna Melissa, a diretora Sheila e a aluna Gabriele representaram colégio no Fecti

Um colégio localizado no bairro Alegria, em Resende, representará o município e o estado do Rio de Janeiro entre os dias 9 e 11 de novembro deste ano, na 22ª Ciência Jovem, que acontece em Recife, estado de Pernambuco. As alunas Melissa Cardoso, de 18 anos, e Gabriele Andrade, de 17 anos, ambas do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Antonina Ramos Freire, participarão do evento junto com o professor orientador Elson Davi e a diretora e co-orientadora do projeto Sheila Koenigkam. O Ciência Jovem é uma feira internacional, que reúne trabalhos de alunos nas escolas de todos os estados brasileiros e de outros países.

Eles apresentarão o projeto “Escola sustentável: Horta suspensa e captação de água da chuva”, vencedor da categoria interdisciplinar da IX Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação (Fecti), realizada em 2015. “Começamos a desenvolver esses dois trabalhos em abril do ano passado, junto com a turma das alunas (que cursavam o segundo ano na época) e mais uma outra turma de terceiro ano da manhã (já formada). Eu, que sou apenas o professor de Sociologia, levei para as salas de aula o tema da crise hídrica, e então passamos a trabalhar em cima disso”, explica Elson.

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Garrafas PET ganham utilidade com hortas suspensas

Segundo o professor, o trabalho teve como objetivo desenvolver um sistema de captação de água da chuva e uma horta suspensa com materiais descartados e recicláveis. “Aproveitamos para focar mais na ideia do conceito de sustentabilidade, desenvolvendo ações para tornar a nossa escola mais sustentável”.

Cada turma levou uma ideia para o projeto: uma levou modelos de horta e de sistema de captação, enquanto a outra trabalhou com modelos de horta e sistema de irrigação. “Partimos da ideia de que deveríamos ter uma escola sustentável, e aí descobrimos que a arquitetura dela facilitava a captação da água da chuva, e então construímos o sistema”, diz Melissa.

O sistema foi feito com toneis de plástico, ligados a alguns canos por onde passam a água da chuva. Na parte de baixo, foram afixadas torneiras por onde saem a água, que hoje é utilizada não apenas para irrigar as hortas suspensas, mas também para fazer a limpeza da escola.

Já as hortas suspensas foram cultivadas em garrafas PET e colocadas sobre carteiras e suportes feitos em PVC. Em setembro, o projeto foi inscrito na IX Fecti, e em novembro, o mesmo foi selecionado para ser apresentado entre os dias 14 e 15 daquele mês. “Depois, o professor recebeu um e-mail informando que havíamos vencido o prêmio em nossa categoria e que iríamos participar do Ciência Jovem”, relembra Gabriele.

Além do prêmio, Melissa e Gabriele também ganharam uma bolsa auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) cada uma, para manter e investir em novas pesquisas dentro do projeto. “Não fomos na intenção de apenas ficar em primeiro lugar na feira, porém fomos para dar o nosso melhor. Foi então que recebemos a notícia ao final do último dia de apresentações”, acrescenta Melissa.

Segundo Gabriele, o projeto foi elogiado no Fecti pelo fato da instituição estimular a consciência social e dar exemplos aos demais alunos. Atualmente, com o sucesso do projeto, o mesmo tem atraído colegas de outras turmas, que estão envolvidos na melhoria do mesmo.

Novas ideias foram incorporadas ao projeto e estão sendo aprimoradas por outros alunos
Novas ideias foram incorporadas ao projeto e estão sendo aprimoradas por outros alunos

PROJETO PASSOU POR MELHORIAS EM 2016
Para este ano, os projetos de captação de água e horta – que seguem sob orientação de Elson – passaram por melhorias. Com isso, o colégio também está fazendo o reuso da água não apenas da chuva, como também dos aparelhos de ar condicionado das salas de aula. “Em média, se ficar ligado oito horas por dia, um aparelho desses pode gerar de 20 a 30 litros de água por dia. Com isso, resolvemos desenvolver esse sistema de captação com o ar condicionado, que poderá servir à escola no período seco, enquanto o sistema de captação da água da chuva é mais usado no verão. Com isso, nunca faltará água por aqui”, cita Elson.

Em relação à horta, um novo sistema de irrigação foi implementado com um tonel de plástico que capta a água da chuva e a distribui através de uma torneira ligada a mangueiras e conduítes para as hortas. Outro tipo de horta, cultuvada em pneus, é irrigada pelo sistema de gotejamento, onde são utilizados materias como garrafas PET e uma espécie de mangueira hospitalar, usada na aplicação de soro endovenoso nos pacientes.

Os trabalhos foram inscritos em duas feiras: a X Fecti, cujo resultado sairá no próximo dia 18, e na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente 2015/2016, nesse caso o resultado sairá até a próxima sexta-feira, dia 14. Dessa vez, outros alunos representarão o Antonina Ramos Freire. Para o professor Elson, o sucesso do trabalho, não traz benefícios ao colégio apenas pela sustentabilidade.

– O sucesso do nosso projeto também faz com que o Antonina Ramos Freire fique mais conhecido pela própria comunidade, uma vez que somos um colégio de um bairro afastado do Centro da cidade. Só para se ter ideia, temos jovens morando na Alegria que sequer conheciam o Antonina – conclui.

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