As eleições estão se aproximando e não há como não observar repetições de padrões, discursos e comportamentos. Nessa dinâmica toda que envolve o processo eleitoral podemos encontrar:
1. Esperanças renovadas de que tudo vai se ajeitar, que tudo vai mudar. Entretanto, são os mesmos candidatos e os mesmo eleitores. Sem upgrade. Um engana e o outro se deixa enganar.
2. Eleitor que se desmancha com qualquer tapinha nas costas, abraços e aperto de mãos, como se fossem velhos conhecidos. Gostam de mostrar intimidade com o candidato.
3. Candidato que não conhece as prerrogativas do cargo e prometem coisas que são totalmente impossíveis. Eleitor que também não conhece e se encanta!!
4. Candidato que apresenta uma declaração de bens paupérrima, mas anda com carro do ano, lançamento top e modelo luxo. Além de morar no lugar mais caro da cidade. Quem vota nele é aquele que mal tem como chegar ao fim do mês com o que ganha ou vai ter algumas regalias se esse candidato chegar ao poder. O tal do favorecimento…
5. Carro de som que polui a cidade sonoramente e desconhece as regras de silêncio em frente às escolas e hospitais.
6. Gente que resolve que simpatia ganha votos. E sai beijando a mão, abraçando, segurando no colo criancinha ranheta, comendo buchada de bode, pastel de “flango”…
7. Eleitor que diz que não gosta de política, não se interessa e que todos os políticos são ladrões. E troca seu voto por cesta básica, por carona para tirar o título, por favores imediatos ou futuros, caso o candidato seja eleito.
8. Candidato que só aparece em anos eleitorais e se apresenta como o salvador da pátria.
9. Brigas, agulhadas, facadas, espetadas. Amigos apartados e famílias em conflito por divergência política. Ao final, os políticos não querem saber quem você é e o tanto que chamuscou suas mãos ao defende-los.
10. Pessoas insatisfeitas com os rumos da nação, mas não se comprometem a nada para melhorar e para mostrar sua indignação se utilizam do voto de protesto, elegendo candidatos visivelmente incompetentes e nada promissores. Lembram do Cacique Juruna que gravava todos os discursos? Do Tiririca? A lista é enorme.
O voto é um instrumento democrático conquistado a ferro e fogo. Muita luta, algumas armadas, garantiram essa participação extremamente importante e que deveria ser envolta em responsabilidade cívica. Pense bem antes de votar. Mas principalmente pense na sua responsabilidade, no quinhão que lhe cabe quando observamos o caos que abate nosso país. Ainda há tempo. Ainda, ainda bem, a esperança pode ser sonhada, almejada e desejada.
Ângela Alhanati
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Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão