Vítimas de animais peçonhentos demoram pra ser atendidas por falta de soro

Quem está em Resende ou em outras cidades da região e precisa de soro antiofídico ou para tratar picadas de outros animais peçonhentos tem passado sufoco devido à falta do medicamento produzido pelo Instituto Vital Brazil. Segundo o internauta Rodrigo Giovanetti Alves, duas pessoas tiveram que ir para outras cidades para serem atendidas.

– Gostaria de colocar minha indignação com o Hospital de Emergência de Resende. Resende não é mais polo de soro antiofidico, ou seja, se você for picado por uma cobra ou outro animal peçonhento na região das agulhas negras corre o risco de morrer! O polo mais perto é Volta Redonda e corre o risco de também não ter! – diz o internauta indignado.

Giovanetti revela que há “pouco tempo uma pessoa foi picada por uma jararaca e tiveram que buscar soro em Angra”. E no último domingo, dia 28, outra vítima de picada por escorpião “teve que esperar três horas para ter um carro para buscar em Volta Redonda o medicamento para a criança”.

Com a falta dos soros, os moradores da área rural e os montanhistas estão sendo orientados a redobrar os cuidados com cobras e outros animais peçonhentos encontrados nas trilhas. “Faço trilhas há 30 anos e só encontrei serpentes três vezes na montanha. Por outro lado, nos meus primeiros 10 anos na Serrinha, tirei cinco cobras da minha casa. Acho que há mais risco nas casas na zona rural, onde estes animais podem eventualmente instalar um ninho, do que nas trilhas, porque elas fogem com a vibração causada pelo pisoteio de grandes grupos – respondeu outro morador da Serrinha, nas redes sociais.

Em nota, o Instituto Vital Brazil confirmou a informação de que o polo mais próximo está em Volta Redonda, e que “está em dia com a produção de soros, de acordo com o cronograma enviado pelo Ministério da Saúde”. O instituto, só nos últimos quatro meses, entregou aos estados mais de 37,9 mil ampolas de soros (tetânico, rábico, crotálico, botrópico e escorpiônico).

A equipe do jornal BEIRA-RIO também entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que informou que o município não dispõe de estoque de soros para tratamento de pacientes vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Ainda de acordo com a nota, em julho a Secretaria Estadual de Saúde informou que a distribuição passaria a ser concentrada, este ano, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fundação Oswaldo Cruz. Sendo assim, em caso de pacientes que necessitem desses soros, o município tem que buscar as doses no instituto, que fica no Rio de Janeiro.

COMO EVITAR ACIDENTES

Aqui vão algumas dicas de como evitar acidentes:

– Utilizar equipamentos de proteção individual, como luvas de raspa de couro e calçados fechados, durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras atividades
– Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer
– Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice
– No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade
– Inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes, antes de usá-los
– Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários

PRIMEIROS SOCORROS PARA VÍTIMAS DE PICADAS

Antes de levar a vítima para o serviço de saúde mais próximo, alguns cuidados devem ser tomados para maior qualidade na recuperação da vítima:

– Não fazer sucção do veneno
– Não espremer o local da picada
– Não dar nada alcoólico, querosene ou fumo para o acidentado
– Não fazer torniquete, impedindo a circulação do sangue: isso pode causar gangrena ou necrose local
– Não cortar ou queimar o local da ferida
– Não fazer aplicação de folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, sob o risco de infecção
– Manter a pessoa em repouso, evitando o seu movimento para que não favoreça a absorção do veneno
– Manter a região picada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele
– Localizar a marca da picada e limpar o local com água e sabão ou soro fisiológico
– Cobrir o local com um pano limpo
– Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam prender a circulação sanguínea, em caso de inchaço do membro afetado;
– Levar a pessoa imediatamente para o pronto-socorro mais próximo ou ligar para o serviço de emergência
– Tentar identificar que tipo de animal atacou a vítima, observando cor, tamanho e características dele
– Se possível, levar o animal causador do acidente para identificação
– No caso de acidentes causados por escorpiões, aranha-armadeira e viúva-negra, recomenda-se fazer compressas mornas no local e analgésicos para alívio da dor.

Fotos: Reprodução da Internet

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