Inovação de resendense no mercado de fast food cresce e chega a SP

malca2No final do ano de 2012, a equipe do jornal BEIRA-RIO visitou uma lanchonete recém-inaugurada na ocasião, dentro de um shopping de Resende que também acabara de ampliar suas dependências. Em um pequeno espaço, funcionários preparavam um sanduíche sob encomenda para o cliente, que apenas no toque da tela selecionava o que queria colocar em seu lanche. Quase quatro anos mais tarde, o pequeno negócio criado por um morador de Resende cresceu e agora conquista o mercado paulista.

Com apenas 24 anos, o então universitário recém-graduado Rodrigo Malca (foto) abriu mão do emprego em uma empresa da região, onde ganhava R$ 5 mil, e decidiu abrir uma rede de fast food, a Youburger. A ideia de montar a lanchonete veio ainda na época em que cursava Engenharia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). “A ideia do Youburger surgiu quando eu estava na metade da faculdade. Tinha pretensão de abrir a minha empresa e queria que fosse com uma grande inovação, mas não pensei que seria tão cedo. Achei que isso aconteceria daqui a uns 10 anos. Mas aconteceu antes do que eu esperava, não é?”, diz Malca, que ficou surpreso com o crescimento rápido do empreendimento.

Para começo de conversa, o jovem empreendedor pegou R$ 220 mil emprestados, usou outros R$ 30 mil de sua rescisão e colocou a mão na massa. Ou melhor, na chapa. Três anos depois, a empresa passou a ter uma rede de franquias, com seis lojas em funcionamento (uma delas de Resende) e mais quatro contratos fechados (em breve, Volta Redonda deverá ganhar uma franquia). Malca tem como meta bater a marca de R$ 10 milhões em faturamento em 2016 e chegar ao final do ano com ao menos 20 unidades em operação.

O empreendimento de Malca tornou-se diferenciado e inovador graças a um fator: a implicância do jovem com algumas das grandes redes de fast food do país.“Era realmente algo que me irritava pedir para que tirassem o pickles do lanche e ter que esperar uma eternidade por algo feito sob medida. Sem contar que na maioria das vezes o lanche chegava diferente do que eu pedia”, lembra.

Na lanchonete, cada cliente monta sua combinação em uma tela touchscreen, escolhe a bebida, os acompanhamentos e até mesmo a sobremesa. O sistema gera um ticket que é pago posteriormente, além de cadastrar a combinação escolhida no próprio sistema da lanchonete via CPF do consumidor, permitindo que ele possa pedir o mesmo lanche em uma nova oportunidade.

O modelo de produção proposto pelo proprietário da lanchonete trouxe vantagens ao negócio, se comparado às concorrentes. Nas franquias de Malca, trabalham quatro funcionários por turno, metade do que é contratado em outras redes de fast food, gerando economia e um produto de menor valor no mercado para o cliente na compra do lanche. “Nosso ticket médio é de algo em torno de R$ 15. Bem menor que os R$ 25 ou 30 de outras lanchonetes do setor”, compara.

Ele também fala da receptividade da clientela em relação ao trabalho do empreendimento. “A receptividade dos clientes é sempre muito positiva. A surpresa é muito agradável quando o cliente percebe como realmente é livre, quais são as possibilidade que oferecemos. É sempre uma sensação boa. Alguns, inclusive, se exaltam e querem conhecer mais a rede. E o legal é que conseguimos atingir não apenas o publico tradicional de junk foods (fast food de hambúrgueres), atingimos também um publico mais velho com lanches naturais. Como o preço é definido em função do ingrediente, é possível montar um lanche de R$4 ou de R$30. Essa flexibilidade é muito positiva”.

EXPANSÃO
Em franco processo de crescimento, a empresa chega a capital paulista neste semestre, e em breve estará em cidades do interior paulista. Segundo Malca, a rede de lojas opera tanto em shopping centers quanto na rua, e o investimento inicial para quem quer ter sua franquia é de aproximadamente R$ 250 mil, com retorno previsto do investimento é de 18 a 24 meses.

Além do investimento inicial, o proprietário fala dos desafios que enfrentou quando decidiu montar seu negócio. “Para ser franqueador é preciso ter uma estrutura grande. Eu comecei a ser franqueador enquanto eu ainda ganhava estrutura. Não fomentei o projeto e depois com os recursos formatei. Foi tudo simultâneo. Eu diria que o ponto mais importante é ter processos definidos. É preciso que haja uma padronização visual muito bacana e uma estratégia que englobe toda a rede, e não apenas a loja, individualmente”, acrescenta.

Ele dá mais dicas para quem tem vontade de trabalhar como um franqueado em tempos de crise. “O momento é difícil, mas precisamos buscar o lado bom das coisas. Com a crise estamos conseguindo negociar valores mais baixos de aluguel em shoppings. Além disso, as perspectivas deste ano já são melhores do que as de 2015. Para quem tem dinheiro, acredito que esta é a hora certa de ter o próprio negócio. Os preços estão baixos e, quando a crise passar, a chance terá passado também. Essa é a dica que eu dou”, conclui Malca.

Fotos: Divulgação

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