Corpo de PM assassinado no bairro Paraíso é sepultado em Bulhões

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O corpo do terceiro-sargento da polícia militar Nilton Batista dos Santos, o Niltinho da P2, de 36 anos, foi enterrado na tarde desta terça-feira, dia 5, no Cemitério e Bulhões, após ter sido velado na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Resende. Ele foi assassinado sem qualquer chance de defesa, conforme mostra vídeo que circula nas redes sociais, com quatro tiros, sendo um na cabeça e outros três perto do ombro, na Padaria Ponto Certo, entre os bairros Paraíso e Cabral, em Resende, na noite desta segunda-feira, dia 4, por volta das 20h40. O policial estava sentado na padaria com a cabeça baixa, enquanto mexia do telefone celular, quando um homem de boné preto entrou, o acertou e saiu levando sua arma. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, com apoio da Polícia Militar.

O assassino foi filmado pelo circuito interno de vídeo da padaria e numa rápida análise, a Polícia acredita tratar-se de “profissional”, pela forma que empunhou a arma, a direção dos tiros e ainda pegar a arma e carteira do policial que costumava colaborar com a segurança do estabelecimento, segundo testemunhas. Populares que estavam no local comentavam assustados a rapidez do assassino que entrou e foi direto à mesa do policial e a precisão dos tiros. O assassino usava roupas pretas e boné também preto. “Quem matou manja. Empunhou o ferro com as duas mãos e só tiro na cabeça. Sem reação. Execução fácil”, comentou um policial que pediu para não ser identificado.

A morte do policial pode estar vinculada à operação Éden, uma referência ao bairro Paraíso, na cidade de Resende dia 31, quando cerca de 10 carros das Polícias Civil e Militar com apoio do Ministério Público fizeram uma devassa para desarticular uma quadrilha do tráfico de drogas com a prisão de 28 suspeitos na cidade. A operação foi coordenada pela delegacia de Barra Mansa que há mais de dois anos tem atuado contra o tráfico na região. O BEIRA-RIO em contato com o comandante do 37º Batalhão da Polícia Militar, Paulo Roberto Neves Junior que acompanhou toda as investigações e perícia disse que existem algumas linhas de investigação e não descartou que o crime seja uma retaliação à repressão ao tráfico de drogas que foi intensificado no bairro Paraíso nos últimos dias.

— O que posso falar é que temos equipes na rua apurando as informações e algumas linhas de investigação – explicou o comandante que respondeu quando perguntado sobre a operação Éden que: “dizer que foi exatamente por essa operação ainda não posso, mas também é uma linha de investigação. Estou aqui no local do crime (00h20) com o delegado de Resende e também já esteve aqui o delegado de Barra Mansa que está colaborando”, informou o comandante.

Mais tarde, ele descartou qualquer possibilidade de o crime ter sido uma tentativa de assalto à padaria, mas informou que ainda é cedo para direcionar a investigação. Por isso, a Polícia Militar está fazendo um levantamento das operações em que Niltinho trabalhou para ajudar nas investigações conduzidas pela Polícia Civil.

— É uma execução, pois não levaram nada da padaria, mas é tudo muito recente, a gente começa agora a verificar todas as possibilidades. Ele participou de uma operação que apreendeu 80 quilos de droga na Cidade Alegria, outra que apreendeu mais 30 quilos. Tem que seguir por aí, quem foi prejudicado pelo trabalho dele. Ele morava ali no Paraíso, conhecia todo mundo. Sou muito amigo do delegado Marcelo Nunes e estamos fazendo trabalho em conjunto. Vamos dar toso subsídio que eles precisarem para a investigação. O Niltinho estava aqui há mais de dez anos e a maioria da vida dele foi como P2 – acrescentou o comandante.

O BEIRA-RIO teve a informação da prisão de dois suspeitos depois de uma intensa troca de tiros no bairro Santo Amaro cerca de duas horas depois do crime. Segundo fontes do JBR, dois suspeitos foram levados para a Delegacia de Barra Mansa. No Hospital de Emergência chegaram feridos o ajudante de pedreiro Jacir Mário Medeiros, de 38 anos, que morreu em seguida, e Matheus Francisco Ferreira, de 19 anos, morador do bairro Santo Amaro. No entanto, segundo o comandante do 37º BPM, a princípio os casos não estão relacionados com a morte de Niltinho. O delegado de Barra Mansa, Ronaldo Bispo, também foi procurado e explicou que os dois presos levados para lá são suspeitos de envolvimento na morte de Jacir Medeiros, que aconteceu em Floriano, e que não têm relação com o caso do policial.

 

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