O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) não enviou representantes para verificar a situação da Lagoa do Mirante, no bairro Mirante das Agulhas, em Resende, na tarde do dia 26. O encontro havia sido marcado durante a consulta pública para criação do Refúgio de Vida Silvestre do Médio Paraíba (Revis), no dia 19, quando um morador do bairro, Antônio Albino, o Velho do Lago (foto), relatou suas tentativas de apoio do poder público para desassorear a lagoa. Apesar de já ter sido consultado algumas vezes, os representantes do Inea afirmaram desconhecer o caso e se comprometeram a ir ao local na semana seguinte, o que não aconteceu.
— Durante a consulta pública, eu me levantei e contei minha história, e eles disseram que iam marcar uma data para virem e incluir esse pedaço no Revis. Logo depois conversei com eles, e eles mencionaram que a área que vão trabalhar está bem mais distante que a lagoa. Me perguntaram onde era e eu disse que era a cinco minutinhos de onde estávamos. Gostei do projeto e queria que aqui fosse incluído para que aconteça o desassoreamento, a proteção do lago – lembrou o Velho do Lago.
Há 15 anos, ele soube que havia um projeto da prefeitura para aterrar e construir uma praça no local, mas acreditava que a lagoa do bairro ainda tinha condições de ser desassoreada. Ao perceber que não teria apoio da prefeitura para isso, juntou um grupo de 40 pessoas para limpar a lagoa, mas eles foram notificados pela prefeitura por interferir no lago. Desde então passou a pedir apoio dos órgãos estaduais e federais ligados a Meio Ambiente para salvar o lago, mas sempre sem retorno. Antônio Albino chegou a construir uma draga para desassorear a lagoa, e o equipamento ficou pronto em 2014, mas um advogado o incentivou a não utilizá-la.
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Essa lagoa começou assorear depois que aterraram o rio no qual ela desaguava. O rio carregava grande parte dos sedimentos e como foi aterrado, esses sedimentos ficam depositados no fundo da lagoa. Infelizmente esse processo é irreversível. Agora no antigo percusso do rio, se localiza um posto de gasolina, caixa econômica, Algumas lojas, academia de ginástica e a empresa PCB, esta última tomou conta da rua, deixando-lhe cheia de buracos e ocasionalmente ocupa parte da via com equipamentos e ferragens. É uma zorra total.