Destino do Paraíso Futebol Clube em dúvida novamente

Os mais de 300 moradores do bairro Paraíso, que promoveram um abraço ao clube do bairro no dia 18,  realizaram a manifestação para mostrar que estão preocupados com o destino do Paraíso Futebol Clube. Isso porque, em 1964, o terreno em que fica o clube havia sido cedido pela Prefeitura de Resende à comunidade para utilização como clube desportivo, mas na década de 1990 descobriu-se que a prefeitura não poderia ter cedido a área porque ela era do estado do Rio de Janeiro. A prefeitura começou a negociar com o estado para oficializar a posse da área e cedê-la para o clube, mas agora os moradores descobriram que, além de a área já ser do município há quase cinco anos, ele a estaria negociando com entidades privadas, o que pode fazer com que o bairro perca sua única área de lazer.

Documentos de novembro de 1964 mostram a cessão do terreno ao clube, que poderia ser revertida caso o clube não utilizasse o local para fins desportivos. A resolução 708, de 3 de novembro de 1964, diz que a Câmara autoriza a prefeitura a ceder o terreno e a resolução 584 de 11 de novembro de 1964 sanciona e promulga o documento anterior. Embora os documentos não mencionem o tempo de sanção, a diretoria do clube fala em 25 anos, renováveis por mais 25. Em 1991 começou a confusão, quando documentos mais antigos apontavam que o clube não era da prefeitura e que, por isso, ela não poderia tê-lo cedido aos moradores do Paraíso.

Segundo o processo administrativo 1.246/91, o loteamento “Bairro Paraíso” foi regularizado em 1958, mas dois anos antes, a então proprietária dos terrenos, Ruth Lilia de Oliveira Cabral Flecha, havia doado a área ao estado do Rio de Janeiro para construir uma escola. Ou seja, a prefeitura teria doado um terreno que não era dela.

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