Há quatro meses o retireiro Luis Cláudio Ramos dos Santos tem que passar todos os dias em frente à casa em que deveria estar morando e observar a obra inacabada e abandonada. As portas e vários itens já foram roubados, vidros da janela quebrados e a obra, parada há um ano, ainda pode estar abrigando usuários de drogas à noite, já que são ouvidos barulhos próximo ao local. A esposa do retireiro é uma das 616 pessoas que foram contempladas com as casas do bairro Parque Minas Gerais, em Resende, mas as obras foram paradas há um ano sem qualquer explicação aos futuros moradores.
— Minha mulher tem uma casa dessas, já saiu o nome dela. Ela ia na prefeitura ver e não falavam nada. Moro aqui há quatro meses, mas minha sogra está há mais tempo e falou que a obra está parada há um ano. Temos três filhos e moramos com minha sogra, mas é difícil ficar dependendo de casa dos outros. A casa é pequena, a gente não tem privacidade, mas não pode fazer nada, só tem que esperar – lamentou Luis Cláudio dos Santos.
As casas são parte do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal. Elas constituiriam o Residencial Gardênia, cujas obras foram iniciadas em junho de 2012 e custaram R$ 21,008 mi. Voltadas para famílias com renda de até três salários mínimos, deveriam ter sido entregues um ano depois, mas o prazo de entrega já se encerrou há um ano e meio. Depois que as obras foram paralisadas, moradores do bairro afirmam que vários itens que já haviam sido construídos nas casas foram roubados.
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