Doadores de sangue comemoram seu dia no hemonúcleo de Resende

Em situações de emergência, é muito comum as pessoas se mobilizarem para doar sangue para familiares e amigos, mas o sangue coletado ainda passa por uma análise e demora cerca de uma semana para ser utilizado. Por isso, nesses casos urgentes, quem salva mesmo vidas são aquelas pessoas que têm o hábito de doar sangue, já que é o sangue já que é necessário o sangue que já esteja pronto para o uso. Para homenagear estas pessoas, no Brasil se comemora o Dia Nacional do Doador de Sangue, em 25 de novembro, e nada melhor para celebrar a data que fazer uma doação e angariar ainda mais pessoas para fazer parte do grupo.

– O grande problema do brasileiro é que ele não se previne, é um erro cultural, ele não imagina que vai precisar – lembrou a médica do hemonúcleo, Rosa Bruno Mota.

Um caso curioso de alguém que já se preveniu sem saber foi o do frentista Alberto Carlos Soares, de 38 anos. Ele não sabe como começou a doar sangue, mas lembra que já era doador há algum tempo quando sua filha precisou de uma transfusão.

– Minha filha precisou de sangue quando nasceu, mas antes disso eu já doava. Nem lembro direito como comecei, mas sempre doei. A gente nunca sabe o dia de amanhã, né? Só acho que não tenho que convencer as pessoas a doar, é difícil porque vai do coração e da cabeça de cada um. Muita gente acha que não precisa, mas um dia pode precisar – avaliou Soares.

Diferente dele, o operador industrial Valdeci da Silva, de 36 anos, acha que as pessoas devem ser incentivadas, já que ele começou a doar através de uma campanha de conscientização de sua empresa.

– Já sou doador há algum tempo, essa é a quinta vez. A primeira vez foi a partir de um trabalho feito na empresa que trabalho. Fizeram uma campanha e um dia legal que eles já fazem às vezes, com pintura de colégio e outras coisas e uma vez foi a doação. Eles incentivaram os trabalhadores a vir doar sangue a acho que todas as empresas têm que fazer isso, ao menos uma vez por ano. Venho anualmente, mas acho que preciso vir mais – comentou Silva.

Mas o campeão de doações entre os que estavam no hemonúcleo de Resende é o taxista Enéas de Queiroz, de 58 anos (foto). Ele já doou em São Paulo, Rio de Janeiro, Volta Redonda e só em Resende marcou presença nesta terça-feira, dia 25, pela 14ª vez.

– Na primeira vez um amigo precisou e doei, desde então criei o hábito de doar de duas a três vezes por ano. Estive meio afastado no último ano devido a problemas na família, mas agora retornei. Acho importante porque você ajuda as pessoas e a si próprio, porque você renova o sangue. Se pudesse viria mês sim, mês não, mas não pode. Se Deus quiser daqui a três meses estou de volta – animou-se.

A boa vontade de Enéas contagia a todos à sua volta e até mesmo a técnica de laboratório Maria da Conceição Resende, responsável por sua coleta.

– É rápido, demora uns cinco ou seis minutos, dependendo do fluxo da veia da pessoa. Já doei uma vez e já precisei de transfusão também, sei o quanto é importante, mas atualmente tomo remédios e por isso não faço a doação. Mas quando posso gosto muito – comentou a técnica, que há 30 anos trabalha com a coleta de sangue no hemonúcleo.

Para doar é necessário  ter entre 18 e 65 anos, vida saudável, mais de 50 quilos, não estar em jejum, apresentar os documentos de identidade oficiais e levar as bulas dos remédios que está tomando. Ao chegar ao hemonúcleo, o possível doador preencherá um questionário, passará por uma entrevista, realizará a coleta e fará um lanche antes de ser liberado. Após 20 dias da realização do exame, ele poderá ter acesso ao resultado dos exames feitos em seu sangue. Embora o hemonúcleo precise constantemente de sangue, é mais importante a doação frequente que uma doação em massa em um único episódio.

– Nossa necessidade é de 100 a 150 bolsas de sangue por mês ou até 15 doadores por dia para abastecer Resende, Porto Real, Itatiaia e Quatis. Parecem poucas cidades, mas não é, porque juntas elas têm 13 ou 14 unidades. Por dia, a gente não pode ter um doador e nem 50, porque além de o sangue coletado durar apenas 35 dias, se tivermos 800 pessoas em um mês, serão três meses que ficaremos sem os 800 doadores. Então é importante que seja frequente – salientou Rosa Mota.

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