Uma reflexão sobre o patrimônio público

Começou por volta das 12 horas deste sábado, dia 23, as intervenções urbanas da terceira edição do Observatório da Interrogação, na Praça Oliveira Botelho, com o trabalho da artista plástica Van Jesus (na foto, à direita). Com o nome de “O Que Você faz com Aquilo que Você tem?”, o trabalho tem por objetivo, segundo a própria artista, levar o povo à reflexão.

– A ideia é que as pessoas pensem na pergunta e formulem uma resposta, a qualquer momento e quando quiser, pois a pergunta ficará na praça para visitação – responde Van.

A artista, que é da capital paulista, conta com a ajuda do também artista plástico Ludo, que é de Lima, capital do Peru, na realização da intervenção. A artista plástica Fátima Porto, uma das organizadoras do Observatório, fala sobre a intervenção. “O questionamento dela também serve para refletirmos sobre o que estamos fazendo com o patrimônio público. Aqui na praça, por exemplo, tem um cano e um buraco servindo de armadilhas no chão”, aponta Fátima, que ainda explica como serão as intervenções nesta edição.

– Em reunião coletiva com os artistas, decidimos ontem (sexta-feira, dia 22) fazer uma intervenção de cada vez, em virtude da chuva – conclui a artista.

Além de Van, outros artistas também farão outras intervenções nas ruas e praças do Centro e no Campos Elíseos durante todo o sábado, e voltam aos trabalhos neste domingo, dia 24, quando se encerra o Observatório. Ainda neste sábado, haverá uma festa do evento, com DJs, vídeos e performances, a partir das 20 horas. A entrada é franca.

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One thought on “Uma reflexão sobre o patrimônio público

  1. Um Observatório de Interrogações.
    2013. Municipalidade de Resende. Ruas, praças e pontes tornam-se um laboratório de experimentações, meio este com o qual, o artista observador inventa, assume e apropria-se do espaço público e, partindo de suas percepções traça o seu discurso poético, político e interventivo. O interesse do artista ao escolher a cidade, como palco ou galeria, acende o velho ideal democrático e contribui através de suas ações e gestos numa interferência nos fluxos incessantes, e muitas vezes anestesiado, no cotidiano do transeunte.
    O mote para o pulsar artístico demonstra que há uma preocupação em reafirmar um discurso acerca de questões emergentes e ansiadas. Reinserir-se na construção de políticas culturais que atendam aos mecanismos de pertencimento no mundo contemporâneo. É perceber de fato a noção do indivíduo enquanto representação de identidade e que esta se constrói na relação com o outro – alteridade – e assim se possa realmente construir o Coletivo.
    Na atual circunstância temos uma vulgarização das relações humanas criando uma banalização das relações sociais em prol as relações estritamente mercadológicas através da ditadura da Economia. Quando artistas e artivistas vão às ruas respondemos a uma sociedade do simulacro, da anestesia crítica, da espetacularização, das cristalizações das convenções, do politicamente correto. Interrogamos estes sentidos usurpados, e que midiaticamente manipulados, contribuem para a produção de uma sociedade de controle mediante uma Cultura do Medo.
    Com o terceiro Observatório das ¿?¿ buscamos criar mecanismos de investigação criativa para investir em uma educação participativa e colaborativa visando repensar a Economia da Cultura. E como isto de fato se dá ao movimentar diferentes círculos de colaboração, que através de parcerias, apoios e serviços, possibilitam a continuidade de um ideal que surge com os méritos de uma somatória de pessoas que acreditam no poder da realização.

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