Pode parecer uma ironia, mas os tímidos nunca estiveram tanto no centro das atenções. Avessos a holofotes, flashes e olhares alheios, eles viraram assunto recorrente desde que a pesquisadora e escritora americana Susan Cain lançou, no início do ano, nos Estados Unidos, o livro “O Poder dos Quietos – Como os Tímidos e Introvertidos Podem Mudar um Mundo Que Não Para de Falar”, publicado no Brasil. O trabalho, amplamente debatido, inclusive em mesas de bar, serviu para destacar as vantagens de pertencer à turma dos que gostam de passar despercebidos. “Vivemos em um mundo tão expansivo, tão desprovido de tempo de inatividade, que perdemos de vista o nosso lado introvertido”, afirma Susan.
Segundo a autora, que abandonou a advocacia para dedicar-se ao estudo do tema, os mais retraídos contam com características cada vez mais valorizadas em um mundo bombardeado por informações – entre elas a criatividade, a persistência e a capacidade de analisar riscos. Com o ritmo frenético do nosso dia a dia, é difícil dedicar um tempo para soltar a imaginacão, insistir em ideias ou até refletir sobre os prós e contras de uma decisão, incluindo as relacionadas à saúde. “Os introvertidos já possuem essas características e, por conhecerem esse caminho, tendem a se sobressair”, opina a escritora.
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