No Dia de Hoje – 20 de dezembro

Sede de MSF em campo de refugiados no Chade, na África Central (Foto: Mark Knobil/Reprodução)

No dia 20 de dezembro de 1971 foi fundada a organização internacional Médicos sem Fronteiras (MSF, em francês: Médecins sans Frontières), não governamental e sem fins lucrativos, que oferece ajuda médica e humanitária a populações em situações de emergência, em casos como conflitos armados, catástrofes, epidemias, fome e exclusão social. É a maior organização não governamental de ajuda humanitária do mundo, na área da saúde.

MSF proporciona também ações de longo prazo, na ajuda a refugiados, em casos de conflitos prolongados, instabilidade crônica ou após a ocorrência de catástrofes naturais ou provocadas pela ação humana. A organização foi criada com a ideia de que todas as pessoas têm direito a tratamento médico, e que essa necessidade é mais importante do que as fronteiras nacionais (com base na tese do direito de ingerência humanitária).

A entidade recebeu o Nobel da Paz de 1999, como reconhecimento do seu combate em favor da ingerência humanitária. Atualmente, a organização atua em mais de 70 países e tem como presidente Joanne Liu. A Carta de MSF indica que as intervenções são realizadas em nome da ética médica universal, e não permite nenhuma discriminação de raça, religião, filosofia ou política.

A organização foi criada em 1971 por jovens médicos e jornalistas franceses, liderados pelo médico francês Bernard Kouchner, que tinham ido a Biafra com a Cruz Vermelha para tentar ajudar a população. Ao retornarem à França, estimaram que a política de neutralidade e de reserva da Cruz Vermelha havia sido um erro, e que era necessário criar uma associação que aliasse ajuda humanitária e ações de sensibilização junto à mídia e às instituições políticas.

Em 1972, MSF fez sua primeira intervenção, na Nicarágua, após um terremoto que devastou o país. Hoje, mais de 36 mil profissionais de diferentes áreas e nacionalidades trabalham com Médicos Sem Fronteiras em 72 países, principalmente do Terceiro mundo, assim como aqueles em estado de guerra. A organização frequentemente protesta junto às Nações Unidas contra atrocidades cometidas contra comunidades sem representação oficial, como os povos da Chechênia e do Kosovo.

Desde 1999 a organização promove a Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais, visando chamar a atenção para doenças negligenciadas, como a malária, doença de Chagas e a doença do sono, que matam milhões de pessoas a cada ano. Além disso, a Campanha também visa proporcionar o acesso a medicamentos para tratamento da Aids nos países mais atingidos.

A organização é composta de profissionais recrutados para os projetos em campo e de um corpo de empregados permanente, sendo majoritariamente financiada por contribuições de pessoas físicas. Segundo dados do seu relatório de prestação de contas para 2015, 92% das contribuições eram individuais, 7% de instituições públicas e 1% de outras fontes. Naquele ano, 5,7 milhões de doadores tornaram o trabalho de MSF possível.

No Brasil, a organização também conta com um escritório no Rio de Janeiro desde o ano de 2006, com o objetivo de promover ações de comunicação, captar recursos financeiros e recrutar profissionais. O escritório é uma delegação do Centro Operacional de Bruxelas, na Bélgica, e tem suas atividades financiadas com recursos de cidadãos de vários países, e também do Brasil.

O país também tem se beneficiado das ações de MSF desde 1991, que dedica-se à vigilância epidemiológica e ao diagnóstico da doença de Chagas, assim como ao acesso universal ao tratamento de Aids e formação de pessoal nas áreas de especialidade da organização.

A organização chegou ao Brasil para combater uma epidemia de cólera na Amazônia, e posteriormente permaneceu na região até o ano de 2002, promovendo um trabalho de medicina preventiva com tribos indígenas. Em 1993, no Rio de Janeiro, MSF realizou sua primeira intervenção urbana, com um projeto de assistência a crianças em situação de rua. Foram realizados ao todo 15 projetos de MSF no Brasil. Há uma significativa participação de brasileiros na organização, sendo que somente em 2008, 40 profissionais da saúde juntaram-se às equipes internacionais de MSF.

Fonte: Wikipédia

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