O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) de Resende promoveu, durante toda a manhã desta sexta-feira, dia 15, um ato cultural na praça em frente ao Colégio Estadual Doutor João Maia, para que a população conheça sua realidade e os apoie durante a greve.
– Nosso ato é fazer uma intervenção cultural para mostrar para a comunidade com dignidade que a Educação está em greve e toda nossa revolta contra um governo corrupto que ontem fez uma nova covardia negando o direito de pagamento para nossos companheiros aposentados. Escolhemos este local porque esta praça é simbólica: aqui é o maior símbolo de assédio moral na cidade, uma direção truculenta que assedia professores, alunos e todos da escola – declarou a diretora do Sepe de Resende, Daysiane Alves.
Além de um carro com microfone para que todos possam se expressar durante o ato, há música no local, uma oficina de silk screen, esportes, entre eles slack line, declamação de poesia e artesanato. O ato seguiu até às 12h.
O BEIRA-RIO fez contato com a direção da escola, mas a diretora informou que não está autorizada a dar declarações e sugeriu contato com a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro (Seeduc). Em nota, a seeduc afirmou que vai apurar as queixas à direção da escola, que já depositou os salários dos professores – sem mencionar a questão dos décimos terceiros referentes a 2015, que estão parcelados – e acrescentou que não divulgará mais informações sobre a greve porque o número é variável. Confira a nota na íntegra:
“Em relação às informações atribuídas à direção do CE Doutor João Maia, em Resende, a Diretoria Regional Metropolitana Médio Paraíba informou que vai apurar o caso. O Governo do Estado depositou, nesta quinta-feira (14/04), o salário dos professores.
Sobre o movimento grevista, o número de servidores que aderiram à greve varia de acordo com o turno, o dia e a carga horária. Há professores que estão em greve que trabalhariam, por exemplo, de manhã e à tarde. Por isso, a Seeduc não divulgará mais números sobre docentes em greve.
A Secretaria informa que trabalha junto à Comissão de Educação da Alerj em um projeto de Lei que permitirá, mediante critérios técnicos de gestão, que a comunidade escolar escolha o diretor das unidades escolares. Tais critérios serão discutidos em um grupo de trabalho em parceria com a Comissão de Educação da Alerj.
A Seeduc também, por considerar pontos importantes para toda a comunidade escolar, não abre mão da gestão nas escolas, nem de que o diretor geral, após escolhido pela comunidade, tenha um período definido de mandato e possa ser afastado do cargo caso não cumpra sua função de forma planejada e com apresentação de resultados.
A Seeduc também coloca que não se opõe ao pedido de mudança da carga horária dos servidores administrativos da pasta para 30 horas. A viabilidade, porém, dependerá da aprovação de um projeto de Lei a ser apresentado à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Outro ponto concedido pela secretaria refere-se à diminuição do número de Saerjinhos. Atualmente, o Sistema de Avaliação diagnóstica do Estado do Rio de Janeiro é composto por três Saerjinhos e um Saerj. A Secretaria aceita em reduzir em um ou dois Saerjinhos; não abre mão, porém, da manutenção de um Saerjinho e do Saerj no final do ano. Essas avaliações são ações importantes porque mostram como está o aprendizado do aluno no inicio do ano e, em uma segunda etapa, como ele evoluiu até o final do ano letivo.
Sobre demandas com impacto financeiro, o Governo do Estado afirmou que, diante da grave crise, não pode avançar este ano. Tanto o governador Pezão como o governador em exercício, Francisco Dornelles, frisaram que, assim que houver qualquer melhora e possiblidade financeira, os professores serão os primeiros a serem atendidos.
Em relação às questões pedagógicas – como 1/3 da carga horária para atividades extraclasse e dois tempos em todas as disciplinas – esclarecemos que já existe um grupo integrado por profissionais da Seeduc e do Sepe trabalhando esses pontos”, detalhou a nota.
