Uma solução simples e barata para a limpeza das águas em Maringá

André vem ajudando moradores de Mauá a construir uma ecobarreira (Foto: Arquivo Pessoal)

Latas, garrafas pet, móveis e eletrodomésticos. Estes são os itens mais comuns de serem encontrados para aqueles que se aventuram para realizar a limpeza dos rios. Ainda que seja algo simples e improvisado, como vem ocorrendo na Região de Visconde de Mauá, mais precisamente em Maringá. Assim que tomou conhecimento dessa iniciativa, o físico e mestre em artes marciais orientais André Cespede, que realiza trabalhos voluntários na região, elaborou um projeto para a criação de uma ecobarreira, que é o material utilizado para a retirada desses objetos que colaboram para a poluição do rio Preto, que banha a localidade.

– Iniciei o projeto Soul de Gaia com o intuito de reunir mais pessoas para retirada do lixo na cidade. Como o turismo e população em Visconde de Mauá (do lado fluminense) vem crescendo, observei mais lixo inclusive nos rios e um dos pontos foi em Maringá (na divisa entre Minas Gerais e Rio de Janeiro), ao qual o morador Moyses Damatta já havia construído na mata ciliar para represar o lixo e não alcançar o rio Preto – explica Cespede.

A ideia é construir um material semelhante ao criado por Diego Saldanha, um vendedor de frutas em semáforos do município de Colombo (região metropolitana de Curitiba), que teve uma ideia para tentar acabar com a poluição do rio Atuba, que banha a cidade onde mora. Desde janeiro de 2017, a ecobarreira produzida por ele já conteve mais de uma tonelada e meia de resíduos.

Nas últimas postagens de André divulgadas nas redes sociais, ele fez um balanço dos recursos dizendo que o material seria instalado no rio Preto, em Maringá. “O valor total para aquisição do material é de R$ 1.792,33 e já conseguimos arrecadar R$ 1.695,51 com um pequeno grupo de pessoas e uma ajuda do grupo Evolua Mauá”. Ou seja, segundo o físico e voluntário, ainda faltam pouco menos de R$ 100 para completar o valor para a compra do material.

Além do orçamento inicialmente previsto, alguns gastos extras foram contabilizados por André, somando quase R$ 380, para cobrir as despesas com o transporte para São Paulo-Resende (R$ 240,17), e Resende – Mauá (R$ 90), mais duas argolas  (R$ 28) e corda de nylon (R$ 20,96).

André e Moyses seguem o exemplo de Diego Saldanha (na foto), da cidade de Colombo/PR, que construiu uma ecobarreira no rio Atuba (Foto: Arquivo Pessoal)

SOBRE O PROJETO
O planejamento publicado por André é para a construção da ecobarreira que ficará em Maringá, na divisa entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele inclui a compra de 20 galões por R$ 1.043,20; de uma rede de 10 metros (R$ 34,90 o metro), que totaliza R$ 349; corda para amarrar (tipo costurar galões), a R$ 4,20 o metro (a necessidade é da compra de 5 metros, totalizando R$ 21.

O voluntário revela que as arrecadações para o material vieram de pessoas que participam de grupos de ajuda (como o Soul de Gaia) e contribuintes de Mauá, Maringá e outros que não moram nas localidades. “Inclusive a maior parte dos doadores participam da ONG Evolua Mauá, que também contribuiu financeiramente conosco”.

Após a definição do primeiro ponto da ecobarreira, André revelou que a Evolua Mauá se interessou pelo projeto. “Já estão analisando pontos como após a ponte de carros de Maringá/MG, no Lote 10 e na Ponte dos Cachorros. Minha intenção é que esses grupos aumentem para chegarmos em Itatiaia até o rio Paraíba, que apresenta 60% de poluição”, conclui.

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