No Dia de Hoje – 20 de fevereiro

No dia 20 de fevereiro de 1922, nascia a escritora e autora de telenovelas Cleide Freitas Alves Ferreira, conhecida por Ivani Ribeiro (foto), uma das mais importantes autoras da teledramaturgia brasileira.

Embora tenha começado sua carreira no rádio, onde realizava apresentações onde trouxe a público canções folclóricas e sambas, alcançando grande popularidade, e participando de radionovelas como “As Mais Belas Cartas de Amor”, ela começou a se consagrar na TV. Em 1952, escreveu a série “Os Eternos Apaixonados”, seu primeiro trabalho nesse meio de comunicação.

Mas o auge de sua carreira foi nos anos de 1970, na TV Tupi, onde emplacou grandes sucessos no horário das 20 horas tradicional da concorrente Rede Globo, como “Mulheres de Areia” (1973). Ao longo da novela, ela deixou o roteiro nas mãos do marido para trabalhar na novela “A Barba Azul” (1974).

Prosseguiu com a espírita “A Viagem” (1975), inspirada nos livros “E a Vida Continua…” e “Nosso Lar”, ambos ditados pelo espírito de André Luiz ao médium Chico Xavier contou com a colaboração do professor José Herculano Pires na última novela da qual Lúcia Lambertini participou pois viria a falecer pouco tempo depois, e “O profeta” (1977), protagonizada por Carlos Augusto Strazzer que ganhou o Troféu APCA por essa interpretação, que também abordou temas espíritas e místicos (como em Os estranhos, A viagem e O terceiro pecado).

Para escrevê-la, Ivani foi assessorada por um mentor espírita, um psiquiatra, um sacerdote católico e um orientador de candomblé, contando também com a participação especial da apresentadora Hebe Camargo, o médium Chico Xavier e do Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns; a novela ganhou uma adaptação em 2006 exibida pela Rede Globo, por Thelma Guedes e Duca Rachid sob supervisão de texto de Walcyr Carrasco, protagonizada por Thiago Fragoso e Paola Oliveira.

Em Aritana, de 1978, recebeu o auxílio do sertanista Orlando Villas Bôas para abordar a cultura indígena, as diferenças entre os índios e a sociedade dita civilizada; contou também com a colaboração do professor e então administrador do Parque Xingu, Olympio Serra. As gravações só foram possíveis graças ao apoio da Funai e foram feitas no Posto Leonardo em plena selva, e nos estúdios da TV Tupi.

Em 1976 redige o texto de As Bruxas, que abordou assuntos polêmicos à época, tais como o tema da psicanálise de Sigmund Freud, bem como separação de casais e adultério – temas vetados pela censura, que acarretou a mudança de horário -, frequentou sessões de terapia para que tivesse uma maior compreensão da popularização de análise grupal. Em 1977 escreve um de seus maiores sucessos, O Espantalho, na RecordTV, que abordou o tema da poluição das praias.

Em 1980, com a falência da TV Tupi, Ivani transferiu-se com praticamente todos os colegas autores e de elenco da antiga emissora, para a Rede Bandeirantes, onde escreveu a novela de sucesso, Cavalo Amarelo, protagonizada pela atriz e humorista Dercy Gonçalves. Cavalo Amarelo ganhou uma continuação depois de seu término, intitulada Dulcinéa Vai à Guerra, que não obteve o mesmo êxito e foi escrita por Sérgio Jockyman, pois Ivani havia se recusado a escrevê-la.

No mesmo ano foram levados ao ar os remakes de A Deusa Vencida, protagonizada por Elaine Cristina, e O Meu Pé de Laranja Lima, que foi baseado no romance homônimo de José Mauro de Vasconcelos e ganharia uma terceira versão em 1998 adaptada por Ana Maria Moretzsohn, além de uma adaptação para o cinema feita por Aurélio Teixeira.

Em 1981, Ivani escreveu a novela Os Adolescentes, onde foi auxiliada pelo psiquiatra Paulo Gaudêncio. Tencionando mostrar os conflitos dos jovens naquele momento, foi substituída por Jorge Andrade, que terminou a obra amenizando os problemas dos jovens centrais e criando personagens novos, inexistentes nos capítulos criados por Ivani anteriormente.

Em 1982 estreou na Rede Globo, onde permaneceu até sua morte. A telenovela que marcou a estreia nessa emissora é Final Feliz, dirigida por Paulo Ubiratan, Wolf Maia, Mário Márcio Bandarra e produção de Manuel Alves. Prosseguiu com Amor com Amor se Paga (1984), com direção geral de Gonzaga Blota e direção de Atílio Riccó , Jayme Monjardim, Gonzaga Blota e produção executiva de Mariano Gati.

Outro trabalho neste caminho foi Hipertensão, de 1986, baseada em Nossa Filha Gabriela, de 1971. O Sexo dos Anjos, de 1989, que contou com sequências gravadas na Amazônia e estação de esqui, efeitos visuais, cuja cenografia era de Cláudia Alencar, José Cláudio Ferreira dos Santos, Sônia Soares encarrou-se dos figurinos, e Ângela Fróis, da direção de arte, marcando a estreia do ator Humberto Martins, foi baseada em “O terceiro pecado” (1968).

Glória Pires interpretou as gêmeas Ruth e Raquel no remake de “Mulheres de Areia”, um dos sucessos de Ivani

Escreveu também os remakes de A Gata Comeu (1985), comédia romântica ambientada no Rio de Janeiro, cuja trama havia sido filmada anteriormente com o nome de A Barba Azul (1974); Mulheres de Areia, de 1993, à qual se juntou a espinha dorsal de O Espantalho, protagonizada por Guilherme Fontes e Glória Pires – na versão original, por Carlos Zara e Eva Wilma.

A última novela escrita antes de morrer foi o remake de A Viagem, em 1994, inspirando-se na filosofia de Allan Kardec, com Christiane Torloni, Antônio Fagundes, Maurício Matar, Andréia Beltrão e Guilherme Fontes nos papéis que na versão original foram de Eva Wilma, Altair Lima, Tony Ramos, Elaine Cristina e Ewerton de Castro, respectivamente.

Ivani Ribeiro morreu de insuficiência renal, provocada pela diabetes, em 17 de julho de 1995, aos 73 anos. Ao partir deixou prontos dois trabalhos: a última telenovela, “Quem É Você?”, produzida em 1996, que aborda a vida da terceira idade e a farsa dos sexos, reunindo veteranos há tempos afastados da televisão como Castro Gonzaga, Norma Geraldy, Alberto Peres, Ênio Santos e Vanda Lacerda, protagonizada por Cássia Kiss e Elizabeth Savalla (o roteiro, do qual ela escreveu apenas o argumento e que foi redigido pela sua colaboradora Solange Castro Neves, que escreveu apenas os vinte e quatro primeiros capítulos e foi substituída por Lauro César Muniz) e a minissérie “O Sarau”, em 12 capítulos, baseada em obras do escritor Machado de Assis, projeto este que acabou por ser abortado.

Fotos: Reprodução/Internet e Reprodução/TV Globo

Fonte: Wikipédia

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