O jornal BEIRA-RIO recebeu nesta quinta-feira, dia 20, fotos que circulam nas redes sociais mostrando uma criança segurando arma no Estande de Tiro da Aman, levada pelo pai, que atua como terceiro-sargento (o jornal não citará o nome do militar para não expor a família). O militar registrou o momento, demonstrando o mesmo ser um programa de entretenimento em família.
O ato é considerado ilegal, de acordo com o artigo 16 da Lei nº 10.826/03, no § 1º, inciso V, que pune as condutas de vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente. O Estatuto da Criança e do Adolescente também inclui essa proibição em seu artigo 242.
O ato cometido pelo terceiro-sargento da Aman repete o mau exemplo dado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que em alguns compromissos públicos tem naturalizado a transgressão da lei, quando com crianças no colo faz o “gesto da arminha” e que defende abertamente a aquisição de armas no país.
O BEIRA-RIO solicitou à assessoria de comunicação da Aman um pronunciamento sobre o assunto. Em nota, a Seção de Comunicação Social da Aman informou que o e-mail com a informação foi enviado no dia 30 de dezembro de 2021, mas só tomou conhecimento, no início de janeiro por causa do recesso do final do ano, sobre a publicação em redes sociais das fotos do militar, acompanhado de sua família, no Estande de Tiro.
Ainda de acordo com a nota, no mesmo dia, o Comando da Academia Militar determinou a abertura de Procedimento Administrativo para apurar possíveis violações de regulamento ou qualquer norma vigente. O BEIRA-RIO perguntou sobre o prazo para a investigação e que tipo de procedimento foi aberto, mas a Assessoria não soube responder.
O BEIRA-RIO entrou em contato com o coordenador do Conselho Tutelar de Resende, José Henrique Vale Freire e enviou as fotos tiradas das redes sociais. Freire informou que “o Conselho desconhecia as fotos e vai apurar os fatos e fazer contato com a Aman para notificar o pai”.
O que vc tem a ver com isso? Tá faltando notícia é? Tem nada demais aí. Em família de militar, todo mundo sabe usar arma.
Infelizmente foi uma grande escorregada por parte do militar que acabou por transgredir a lei, e como cidadãos devemos nos pautar pela legalidade. Mas o fato de colocarem o fato em si como repetições do “mau exemplo” do presidente, como citações do próprio em transgredir a lei, são comentários desnecessários e tendenciosos em um fato ocorrido, talvez para tentar atingir um certo impacto moral e político que ao meu ver, é desnecessário. É o direito de todos possuir ideias e alinhamentos político, mas alguns comentários geram “verdades” truncadas com a tentativa de criar generalizações, parcialidade, correlações além dos fatos expostos. Em resumo, evitem esse tipo amadorismo, e não confundam a liberdade de impressa com a prática de seus abusos, deixem suas ideias parciais pra vocês e duas rodinhas de conversa, fato é fato.