Mundo entra em alerta com nova variante do coronavírus na África do Sul

Nova variante fez governo sul-africano tentar acelerar a vacinação em todo o país (Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters)

Nesta sexta-feira, dia 26, especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estão reunidos na sede da entidade, em Genebra, para decidir o índice de gravidade da nova variante da Covid-19, identificada na África do Sul como B.1.1.529. Estudos preliminares já confirmam que esta variante do coronavírus tem um número muito maior de mutações que as outras.

Além disso, também mostra ser mais transmissível e vem sendo associada pela OMS ao aumento contínuo de contaminações pelo coronavírus neste e em outros cinco países africanos, cuja cobertura vacinal encontra-se baixa.

Os pesquisadores querem compreender qual o potencial de transmissão e o impacto nos diagnósticos, tratamentos e até mesmo se as vacinas disponíveis oferecem proteção. Após o encontro dos especialistas, a OMS irá informar se a variante será classificada como “variante de interesse ou de preocupação”. A entidade explica que ainda são necessárias algumas semanas para se entender como funciona essa variante do vírus.

Com base nessas informações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou também nesta sexta-feira restringir a entrada no Brasil de estrangeiros provenientes de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

Como não existem, no momento, malha aérea com voos procedentes destes países em direção ao Brasil, a agência reguladora recomendou a restrição de entrada de viajantes que estiveram nestes países afetados pela nova variante nos últimos 14 dias por qualquer outro meio de transporte. No caso de brasileiros com passagem por estes países, a Anvisa também recomendou que façam quarentena de 14 dias logo após o desembarque.

De acordo com a legislação vigente, compete à Anvisa emitir manifestação técnica que auxilie as decisões interministeriais sobre eventuais restrições para ingresso de estrangeiros em território nacional. Esse tipo de recomendação só tem validade após publicação de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil e pelos Ministérios de Saúde, Infraestrutura e Justiça e Segurança Pública.

Países como Itália, Alemanha e Reino Unido já barraram o trânsito de viajantes provenientes dessas regiões. Autoridades da Comissão Europeia também indicam que pretendem adotar as restrições em todo o bloco, uma vez que a União Europeia está pedindo a suspensão imediata de todo o tráfego aéreo para países do sul da África.

Mas a OMS recomenda cautela e medidas de restrição de viagens apenas baseadas em riscos e em estudos científicos. A agência da ONU lembra à população mundial a importância de continuar utilizando máscaras, evitar aglomerações e de higienizar as mãos sempre que possível. Um novo levantamento da Organização Mundial do Turismo, (OMT) mostra que 46 países ainda estão totalmente fechados aos turistas; em 55%, as fronteiras estão parcialmente fechadas e para entrar em 112 destinos, os viajantes são obrigados a apresentar um teste negativo de Covid-19.

Em relação ao acesso às vacinas, a OMS informa que apenas 27% dos trabalhadores de saúde da África, ou um entre quatro, estão completamente vacinados contra o coronavírus. Com isso, a maioria dos profissionais do continente africano na linha de frente do combate à doença continuam desprotegidos.

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