No Dia de Hoje – 21 de dezembro

Parte dos destroços do Boeing 747 da Pan Am derrubado no atentado, que matou 270 pessoas (Foto: Reprodução/Air Accident Investigation Branch)

No dia 21 de dezembro de 1988, um avião Boeing 747-121 da Pan Am, que partira do Aeroporto de Londres-Heathrow, em Londres, com destino a Nova Iorque, explodiu no ar logo acima da cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas (259 no avião e 11 na terra) de 21 nacionalidades diferentes. Deste total, 189 vítimas eram cidadãos dos Estados Unidos, no episódio conhecido como atentado de Lockerbie.

Apenas 38 minutos depois da decolagem em Heathrow, a detonação de uma bomba com explosivos plásticos – que pesavam apenas 400 gramas – provocou a destruição da aeronave, cujos destroços se espalharam por uma área de 130 quilômetros na região de Lockerbie, na Escócia. A explosão do avião em pleno voo provocou a morte das 259 pessoas que viajavam a bordo – em sua maioria, cidadãos estadunidenses que voltavam das férias – e mais 11 moradores de Lockerbie.

Em princípio, as suspeitas do atentado recaíram sobre o Exército Republicano Irlandês, em uma época na qual a organização criticava o governo da então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Iniciada a investigação, porém, as pistas apontaram para a Líbia, então governada por Muamar Kadafi, um simpatizante da causa irlandesa e inimigo de Thatcher, a quem considerava cúmplice em um ataque dos Estados Unidos contra a Líbia em 1986.

Uma investigação conjunta entre Scotland Yard, FBI e a polícia escocesa do condado de Dumbries & Galloway (onde fica Lockerbie), a qual ouviu mais de dez mil testemunhas, apresentou acusações contra os agentes líbios Al Megrahi e Lamin Jalifa Fhimah em 1991, levando a versão oficial de que o atentado havia sido planejado pelo governo líbio. Embora se tenha negado a entregar os agentes, Kadafi aceitou fazê-lo em 1999, em troca do fim das sanções impostas pela ONU contra a Líbia, e que os acusados fossem processados sob jurisdição escocesa nos Países Baixos, considerado um país neutro.

Em 2001, os dois ex-agentes foram julgados pelo Tribunal Penal Internacional. Jalifa Fhimah foi absolvido, mas Al Megrahi foi condenado a 27 anos de prisão, que cumpriu em uma penitenciária da Escócia até ser entregue em 2009 à Líbia por razões humanitárias – ele tinha um câncer de próstata em fase terminal.

Memorial às vítimas do atentado, no cemitério de Lockerbie (Foto: Stara Blazkova)

Kadafi concordou em pagar US$ 2,7 bilhões como indenização para as famílias das vítimas estadunidenses, sendo 40% do dinheiro liberado quando as sanções da ONU fossem suspensas; 40% quando as sanções comerciais dos Estados Unidos fossem suspensas; e 20% quando a Líbia fosse removida da lista do Departamento de Estado de países patrocinadores de terrorismo.

Mesmo assim, familiares das vítimas exigem que seja esclarecido se Al Megrahi foi realmente o autor do atentado. Representante das famílias das vítimas britânicas, Jim Swire, cuja filha Flora morreu no atentado, acredita que Al Megrahi não era culpado.

Outros dois suspeitos do atentado foram identificados por uma equipe de procuradores americanos e escoceses em outubro de 2015. Trata-se de Abdullah al-Senussi, cunhado do antigo líder da Líbia Muammar Khadafi e ex-chefe dos serviços secretos durante o regime de ditadura no país, atualmente detido numa prisão na Líbia, e Nasser Ali Ashour, responsável dos serviços secretos acusado de fornecer explosivos e armas ao IRA (Exército Republicano Irlandês) nos anos de 1980.

Fonte: Wikipédia

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