Inicialmente aplicada em idosos, profissionais da saúde e pessoas imunossuprimidas, com intervalo de seis meses para a segunda dose, a vacina de reforço contra a Covid-19 passa a ser liberada a partir de agora para toda a população adulta. O anúncio foi realizado nesta terça-feira, dia 16, durante coletiva do Ministério da Saúde, que realizará a ampliação. Ao todo, 158 milhões de pessoas com mais de 18 anos fazem parte do público-alvo para a dose de reforço.
A partir de agora, também muda o intervalo para aplicação da dose de reforço, reduzindo de seis para cinco meses após a conclusão do ciclo vacinal. A recomendação vale para todos os imunizantes usados na campanha. Essa orientação é baseada em pesquisas científicas que apontam uma queda na resposta imune, principalmente, a partir do quinto mês após a segunda dose.
Outro fator determinante para a decisão é impedir cenários epidemiológicos como os que vem acontecendo em alguns países da Europa, segundo o ministro Marcelo Queiroga, “Então, com isso, nós vamos ter uma cobertura vacinal maior da nossa população e evitar o que está acontecendo em alguns países da Europa. Eu tenho conversado com uma amiga, Dra. Socorro Gross, e ela acha que podemos ser sim um case de sucesso no enfrentamento a uma possível terceira onda causada pela Covid-19”, afirmou.
A partir de agora, segundo o ministério, mais de 100 milhões de brasileiros estão aptos para tomar a dose de reforço, ou seja, já completaram a imunização há cinco meses ou mais. A previsão do Ministério da Saúde é que 12,5 milhões de pessoas tomem a dose de reforço em novembro e 2,9 milhões em dezembro. Dentre o público anteriormente beneficiado (profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos e imunossuprimidos), cerca de 11 milhões de brasileiros já tomaram o reforço.
Os resultados preliminares de um estudo da Universidade de Oxford sobre a dose de reforço, encomendado pelo Ministério da Saúde, mostram que o esquema heterólogo – a combinação de vacinas diferentes – aumenta significativamente a imunidade. A orientação é que o reforço seja aplicado, preferencialmente, com a vacina da Pfizer. Na falta desse imunizante, pode ser aplicada a Astrazeneca ou Janssen.
Para quem foi imunizado com a vacina da Janssen, de aplicação única, o Ministério da Saúde atualizou a recomendação. A partir de agora, uma segunda dose do imunizante será aplicada com intervalo de oito semanas após a primeira. Após concluir o ciclo vacinal, uma dose de reforço será aplicada respeitando o prazo de cinco meses recomendado pela pasta.
A orientação do Ministério da Saúde segue tendência mundial, uma vez que nos Estados Unidos, por exemplo, a imunização da Janssen também já vem sendo reforçada. “Quem tomou a Janssen completará o esquema vacinal. Embora seja de dose única, compete a nós [Ministério da Saúde] as definições. A pessoa tomará duas doses, em um intervalo de dois meses”, completou a Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo.
REPESCAGEM NO PARAÍSO
Resende começou nesta terça-feira, dia 16, uma nova ação da campanha de vacinação contra a Covid-19 para esta semana. A ação prossegue nos dias 18 (quinta-feira) e 19 (sexta-feira), com repescagem e aplicações de dose de reforço, no Serviço de Pronto Atendimento Paraíso, das 9 às 18h, para toda a população.
Nestes três dias, a população a partir de 12 anos e que ainda não recebeu a primeira dose por algum motivo, terá uma nova oportunidade de se vacinar. Para a repescagem da primeira dose da vacina, deve-se levar documento de identidade com foto, CPF, comprovante de residência e cartão do SUS (se tiver). Vale destacar que os menores de 18 anos devem estar acompanhados do responsável.
Além disso, também será realizada nova etapa de repescagem da segunda dose. Pessoas a partir de 18 anos, vacinadas com Pfizer, Coronavac ou AstraZeneca e que estão com a data da segunda dose atrasada poderão comparecer ao mesmo local. É necessário levar a identidade com foto, CPF, comprovante de residência e cartão de vacinação recebido na primeira dose.
Nestes três dias, os idosos com mais de 60 anos, que tomaram a segunda dose há mais de seis meses (até 19 de maio) e os imunossuprimidos graves, com mais de 18 anos, devem estar vacinados com a segunda dose há mais de 28 dias para receberem a dose de reforço. São necessários que se leve o cartão de vacinação com registro das duas doses, identidade com foto, CPF e comprovante de residência. No caso de imunossuprimidos graves é obrigatório ainda um laudo médico que comprove alto grau de imunossupressão, que ficará retido na unidade.
Os profissionais de saúde vacinados com a segunda dose há mais de seis meses também podem receber a dose de reforço. Este grupo deve estar munido, além do cartão de vacinação com registro de duas doses, um documento que comprove o vínculo de trabalho na área de saúde.
Fotos: Walterson Rosa/Divulgação MS e Raimundo Brasil/Divulgação PMR