Nesta terça-feira, dia 17, três municípios da Região das Agulhas Negras anunciaram que registraram casos da variante Delta da Covid-19, considerada mais contagiosa que as anteriores, em seus moradores. O último a divulgar foi Resende, através de um vídeo do secretário de Saúde, Tande Vieira, no final da tarde, na página da Prefeitura, nas redes sociais.
No vídeo, o secretário diz que o caso confirmado é de um paciente que teve a doença no final do mês de julho, e que a presença da variante foi detectada pelo Laboratório Nacional de Computação Científica pede à população para que os moradores sigam seguindo as medidas de prevenção e que se vacinem tão logo chegue a vez, independente da marca do imunizante.
Também, em nota oficial, Porto Real confirmou outros três casos da Delta no período da tarde. Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, a Secretaria de Saúde (SMS) anunciou que os três pacientes apresentaram sintomas leves da doença, já foram identificados e tratados, mas estão recuperados.
Ainda de acordo com a nota, a prefeitura cita “que o Hospital Municipal São Francisco de Assis está preparado para atender as demandas quando for necessário”, com seis leitos prontos para receber pacientes de Covid-19 do município. Além disso, ainda acrescente que a “SMS segue monitorando os casos de coronavírus e realizando visita domiciliar quando preciso”.
A nota destaca que “se houver um agravamento do quadro epidemiológico, a Prefeitura terá que tomar medidas coletivas para a proteção de toda a população, mas que na atual conjuntura, graças ao ritmo acelerado do cronograma de vacinação, todos os casos estão monitorados e controlados”.
Horas antes, durante a manhã, o município de Quatis também anunciou seu primeiro caso, de um paciente também diagnosticado e com sintomas leves, mas não citou se o mesmo segue em monitoramento ou se está recuperado.
Ambas as prefeituras reforçaram em suas notas a importância dos cuidados e precauções de combate a Covid-19, e pedem para que toda a população reforce as medidas de proteção, como evitar aglomeração, o uso de máscara e também higienização das mãos. A confirmação de casos dos três municípios da região se soma ao caso da variante Delta registrada no município de Itatiaia, onde dois pacientes foram diagnosticados com a doença na semana passada.
O aparecimento de infectados com a variante, importada da Índia, vai de encontro com o que vem acontecendo nas últimas semanas em todo o estado do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) publicou um relatório nesta segunda-feira, dia 16, apontando que em menos de um mês o surgimento da Delta já é considerada predominante no território fluminense, uma vez que se faz presente em 60% das amostras.
De acordo com as análises da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS), no último levantamento 60,3% das 360 amostras coletadas entre os meses de junho e julho eram da variante Delta e 33,8%, da variante Gamma. Na rodada anterior, divulgada em 31 de julho, quando foram sequenciadas 368 amostras coletadas em junho e julho, 66,58% eram da variante Gama e 26,09% da Delta.
O aumento de casos acendeu o alerta na SES, mesmo que a 43ª edição do Mapa de Risco da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, dia 13, pela Secretaria de Estado de Saúde, ainda apontasse redução de 13% no número de óbitos provocados pela Covid-19 e de 20% nas internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG), dados registrados entre as semanas epidemiológicas 30 (de 25 de julho a 31 de julho) e 28 (11 a 17 de julho) de 2021.
TENDÊNCIA DE ALTA
Na última semana, segundo a SES, os indicadores epidemiológicos e a capacidade do sistema apontaram tendência de alta em algumas regiões, o que levou a secretaria a acionar o Plano de Contingência, que prevê de forma preventiva a abertura de mais 20 leitos no Hospital estadual Dr. Ricardo Cruz (HERCruz), exclusivo para atendimento de Covid, que já opera hoje com 150 leitos.
Também haverá chamamento público para contratação de leitos de CTI e a suspensão da desmobilização do Hospital Regional do Médio Paraíba Dra Zilda Arns Neumann (HRZA), em Volta Redonda, que estava sendo transformado para atender pacientes não Covid.
EPICENTRO
A chegada da Delta já reflete nos dados de quatro regiões do estado. As regiões Metropolitana I e Noroeste permanecem em bandeira vermelha (risco alto), onde já se encontravam inseridas desde a semana passada. As regiões Norte e Centro-Sul estão em bandeira laranja (risco moderado). Em alguns dos municípios, a ocupação das UTIs atingiu a capacidade máxima.
Ainda segundo um documento interno da SES, o mesmo cita que o epicentro da variante Delta se encontra na capital, onde no último dia 3, um levantamento da própria secretaria destacou que 45% das amostras de pacientes cariocas eram da variante.
ANTECIPAÇÃO DA SEGUNDA DOSE
No dia 13 de julho, durante coletiva à imprensa, o Governo do Estado do Rio de Janeiro – através da Secretaria de Estado de Saúde (SES) – em consenso com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems), anunciou a autorização para que municípios antecipassem de 12 para oito semanas a aplicação da segunda dose da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19.
Na ocasião, segundo Castro, foram levados em consideração aspectos como a quantidade de doses que as cidades já têm em estoque para completar o esquema vacinal da população e a entrada de novas variantes da Covid-19 no estado, citadas pelo secretário de estado de Saúde, Alexandre Chieppe, através da entrada da variante Delta.
A decisão teve como base acelerar a aplicação da segunda dose, já que estudos feitos no Reino Unido apontam que, somente com o esquema completo da vacina é possível bloquear a possibilidade de transmissão das variantes. A medida não se aplica aos imunizantes dos demais fabricantes (Coronavac, Janssen ou Pfizer).
No último levantamento do vacinômetro, o estado do Rio ultrapassou a marca de 12 milhões de doses aplicadas contra a Covid-19. Até o momento, 66% da população adulta do estado já recebeu a primeira dose contra o coronavírus e pouco mais de 29% receberam a segunda dose ou a dose única.
