Concessionária da Via Dutra passa dos limites e fecha acesso de empresa em Barra Mansa

Empresa fabricante de cal se instalou há 40 anos em Barra Mansa, e esta é a primeira vez que proprietário vê seu estabelecimento ter acesso fechado (Foto: Reprodução/Google Maps)

Atualizado no dia 22, às 10h55

A concessionária que administra a Rodovia Presidente Dutra segue desde o ano passado com o fechamento dos acessos às margens da rodovia, que liga Rio de Janeiro a São Paulo e que corta vários municípios da região do Médio Paraíba, entre eles Resende, Volta Redonda e Barra Mansa, sendo que em dois deles autoridades e outras pessoas que dependem desses acessos para circularem livremente se manifestaram nas redes sociais contra esses atos da concessionária.

Dessa vez, a vítima das intervenções foi uma fábrica de cal que se instalou há 40 anos em Barra Mansa, no km 262 da rodovia. Na manhã desta quinta-feira, dia 20,  a empresa Icalbam (Indústria e Comércio de Cal Barra Mansa) teve a entrada e a saída do acesso fechados, o que fez com que funcionários, carros e caminhões com entregas ficassem presos dentro do local. Em seu comunicado à imprensa, a Prefeitura de Barra Mansa, através da Secretaria de Planejamento Urbano, informou que esteve na sede da empresa acompanhando o caso.

O proprietário da empresa, Bruno Zambelli, presenciou tudo e explicou o acontecimento. “Recebi uma carta avisando que iam fechar uma das entradas, mas não avisaram que fechariam as duas, principalmente a que eu saio com os caminhões para fazer entregas. A empresa está aqui há 40 anos e somos legalizados, temos licenças em dia, impostos em dia, tudo certinho e não consigo trabalhar devido a essa norma da Dutra”, lamentou o empresário, que confirmou a informação de que a empresa entrará na justiça.

Em nota divulgada por Zambelli, estão sendo tomadas “as devidas providências para que a empresa volte funcionar novamente”. Segundo ele, na notificação enviada pela concessionária, a mesma exigiu “a regularização de um acesso de uma empresa que está funcionando há 40 anos”, portanto muito antes da concessionária assumir o controle da rodovia (que aconteceu há 25 anos), e que todas as notificações “foram respondidas”.

O secretário de Planejamento Urbano, Eros dos Santos, que também esteve no local, criticou a atitude da concesionária. “Esses fechamentos que a Nova Dutra está fazendo no município vem prejudicando as empresas que estão em funcionamento. A Nova Dutra, pela lei, deveria rever essas questões, pois fechar uma empresa que está em plena atividade e com funcionário dentro de suas instalações é inadmissível. É uma situação realmente crítica e precisamos ser sensíveis para que isso não aconteça mais”, afirmou.

Acesso de entrada segue fechado, enquanto proprietário diz que “tomará as devidas providências para que a empresa volte a funcionar” (Foto: Paulo Dimas/Divulgação PMBM)

A situação pela qual a empresa Icalbam vem passando também foi bastante criticada entre os meses de agosto e setembro do ano passado, quando moradores de Barra Mansa, no dia 6 de setembro, criticaram a atitude da concessionária de “fechar as entradas da Cotiara e Bocaininha”, deixando apenas as entradas do Monte Cristo e da Flumidiesel abertas.

Também, o vereador e presidente da Câmara de Resende, Reginaldo Engenheiro Passos (Podemos), se pronunciou durante uma sessão da casa e nas redes sociais em agosto e setembro do ano passado, que na época chegou a enviar um comunicado a empresa contra o fechamento do acesso da comunidade do Salto, no distrito de Engenheiro Passos, em Resende (kms 332 e 333 da rodovia).

– É uma tremenda covardia o fechamento dos acessos que está sendo feito pela CCR Nova Dutra. Já realizei um pedido de informação através da Câmara Municipal, mas até o momento a CCR não se manifestou, nem nos enviou resposta. Vamos continuar lutando contra essa covardia!
O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a concessionária, que em nota, informou que considerando as atribuições veiculadas ao contrato de concessão, “adota as providências necessárias que visam garantir a segurança viária e a integridade dos usuários na rodovia”, e que os beneficiários de acessos particulares foram instruídos quanto sua responsabilidade em relação à regularização, conservação e manutenção. E que uma vez notificados, os interessados devem apresentar autorização do Poder Público Federal ou solução técnica para regularização dos seus respectivos acessos.

A empresa ainda se defende, dizendo que “se coloca à disposição para orientações e dúvidas, mas que em caso de falta de manifestação dos beneficiários, a concessionária providencia o fechamento do acesso para garantir a segurança viária”.

Foto: Paulo Dimas/Divulgação PMBM

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