Em Resende, os terraplanistas são minoria e salve 20 de novembro, Dia da Consciência Negra

SILÊNCIO – O assunto eleições está mais abaixo. Primeiro o nosso parágrafo de silêncio pelos quase 170 mil mortos por Covid-19. Quantas famílias destroçadas! A maior tragédia sanitária da atualidade, agravada amplamente pelo pior governo eleito no país. Meus sentimentos a familiares e amigos dos que se foram.

APAGÃO PARA TODOS – Quando por algum motivo fora do nosso controle, temos a energia elétrica de nossa casa interrompida, a chateação é enorme. Seja por horas ou mesmo por poucos minutos. Agora dá para imaginar ficar mais de quinze dias sem energia elétrica, com previsão de mais quinze dias, pelo menos? É o que está acontecendo no Amapá. No estado inteiro. Agora fique o consumidor com uma conta em atraso. A empresa não teria tanta paciência. A grande mídia comercial e hegemônica não costuma ir muito fundo na questão porque tem seus interesses. O principal é não queimar a política de privatização das estatais, bandeira do seu queridinho, o cavernoso Paulo Guedes. Parece que a empresa não tinha lá tanta preocupação em prestar o serviço como deveria. Mas é o que acontece. Empresa privada tem como objetivo principal, o lucro, não vai gastar dinheiro com equipamentos de reserva e outros custos “desnecessários”. A Prioridade é encher de grana o rabo dos acionistas. Exemplos não faltam. Taí a Vale (aquela que FHC vendeu a preço de banana) que não me deixa mentir. Depois dos desastres ambientais e sociais de Mariana e Brumadinho, estão sendo gestadas novas tragédias. Barão de Cocais já nem dorme em paz. Agora imagine se Guedes e Bolsonaro privatizam a Eletrobrás?! Como dizem por aí, o Brasil corre o risco de virar um imenso Amapá. Lula criou o ‘Luz para todos’ e agora eles criaram o ‘Apagão para todos’. Pra terminar, registre-se que esse não é o primeiro evento do ramo que vem do Amapá. Aquela simpática unidade da federação já brindou o país com um blecaute que se estabeleceu na presidência do Senado Federal, um tal Davi Alcolumbre.

BRASIL REAGE – Para aqueles que são racistas, elitistas, misóginos, não toleram pretos, pobres, homossexuais em geral, índios e demais segmentos vistos como categoria inferior, o resultado das eleições foi bem antipático. Mulheres negras, quilombolas, indígenas, foram eleitos vereadores em muitos cantos. Sem falar que o movimento LGBT elegeu oitenta vereadores no país. Para quem certamente imaginava que essa “escória” não teria mais vez e voz, foi uma decepção. Um exemplo de ataque de pelancas veio de Blumenau. Lá, um imbecil se dizendo organizador da juventude hitlerista na cidade, usou as redes sociais para ameaçar de morte a professora, Ana Lúcia Martins, eleita para a câmara municipal local. A primeira negra eleita na cidade. É atribuída a Bentito Mussolini a afirmação: “não criei o fascismo, tirei-o do inconsciente dos italianos”. Esse idiota nazista de Blumenau não foi inventado por Bolsonaro, apenas saiu do armário, como tantos outros, ao ver o país presidido por alguém com quem se identifica tão perfeitamente. Sentem-se à vontade para expor suas doenças. Mas são minoria, fiquem tranquilos. Essa onda vai passar. A derrota de Trump foi o primeiro sinal. Nessa eleição havia 70 candidatos com o nome Bolsonaro. Só um foi eleito, o Carlucho. Mas o professor Tarcísio Mota, do PSOL, foi o mais votado do Rio de Janeiro. A ‘Val do Açaí’ tomou ferro, a Rogéria Bolsonaro e todos os outros também dançaram. Nas duas principais cidades do país, o pseudopresidente também se ferrou. No Rio está vendo o seu Crivela ir por água abaixo. Em São Paulo, ficou sem candidato. Terá que torcer pelo candidato do seu adversário da Direita, o Dória? Ou para o Boulos? Um dilema. A reação começou. O mundo livre não tem mais espaço para tipos como Mussolini, Hitler, Franco, Salazar, Pinochet, Trump, Bolsonaro.

AQUI TAMBÉM – Em Resende candidatos que demonstraram algum tipo de ligação com Bolsonaro se deram mal também. Das duas uma: ou bolsonarista não votou em bolsonarista, ou eles são mesmo residuais. Pouca gente por aqui acredita que a Terra é plana. Pareciam muitos, quando misturados com o pessoal de Centro. Resende é uma cidade conservadora, até de Direita garantem alguns observadores. Mas não é de Extrema Direita. Diogo Balieiro (DEM) deu uma surra daquelas e foi reeleito com 82,57% dos votos. O terceiro do estado. Só para registrar, o segundo foi André Português (PSC) de Miguel Pereira com 83,22% e o primeiro foi Fabiano Horta (PT) em Maricá, com 88,09%, só pra chatear um pouco mais os bolsonaristas daquela região. E Viva Zumbi dos Palmares!

PRÓXIMA EDIÇÃO – Na próxima coluna, uma defesa de Bolsonaro, que na realidade é uma vítima do seu próprio ressentimento. E o assunto que irá ocupar nossos corações e mentes após as eleições, a reforma administrativa que aponta para uma facada no servidor público. Até mais!

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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