O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou uma denúncia junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o ex-prefeito de Volta Redonda, Gothardo Lopes Netto, nesta segunda-feira, dia 14, o governador afastado Wilson Witzel (PSC) e outras 10 pessoas. Eles são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a denúncia, o grupo atuou nos mesmos moldes existentes em relação às demais organizações criminosas que envolveram os últimos dois ex-governadores do estado do Rio de Janeiro, na estruturação e divisão de tarefas em quatro núcleos básicos: econômico, administrativo, financeiro-operacional e político.
Além do ex-prefeito de Volta Redonda e de Witzel, também foram denunciados a mulher do governador afastado, Helena Witzel; Lucas Tristão do Carmo; o presidente do PSC, Pastor Everaldo; Edson da Silva Torres; Edmar José dos Santos; Victor Hugo Amaral Cavalcante Barroso; Nilo Francisco da Silva Filho; Cláudio Marcelo Santos Silva; José Carlos de Melo e Carlos Frederico Loretti da Silveira, o Kiko. A subprocuradora pede, além da condenação pelo crime previsto na Lei 12.850/2013 (Combate ao Crime Organizado), a perda dos cargos públicos, em especial em relação a Witzel, e que os denunciados sejam condenados ao pagamento de indenização mínima, no valor de R$ 100 milhões, correspondentes a R$ 50 milhões por danos materiais e os outros R$ 50 milhões por danos morais coletivos.
Segundo a denúncia, que é baseada em provas colhidas nas operações Favorito, Placebo e Tris in Idem (esta última deflagrada em 28 de agosto), Gothardo Netto era um dos integrantes de um grupo econômico formado por empresários e lobistas com interesses em contratos públicos, os quais ofereceram vantagens indevidas a políticos e gestores públicos.
Já Wilson Witzel chefiava uma organização criminosa sustentada por três principais pilares, liderados por Mário Peixoto; Pastor Everaldo, Edson Torres e Victor Hugo; além de José Carlos de Melo”. O grupo teria iniciado as atividades em 2017, com a cooptação de Witzel para concorrer ao governo, que recebeu, ainda quando era juiz federal, quase R$ 1 milhão.