FCCMM cancela Salão da Primavera e aposta em auxílio da Lei Aldir Blanc para artistas resendenses

Exposição virtual estava prevista para acontecer a partir de 5 de novembro

O ano de 2020 está praticamente perdido para a cultura no município de Resende. Isso, segundo a Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, que uma semana depois de ter lançado o edital para a 48ª edição do Salão da Primavera de Resende, voltou atrás e suspendeu o tradicional concurso de artes plásticas que reúne obras de artistas locais e de outras partes do Brasil, sempre no mês de setembro, no Museu de Arte Moderna de Resende (MAM).

O presidente da fundação, Thiago Zaidan, justificou o motivo do cancelamento. “Nos receberíamos obras do Brasil todo, mas mesmo com todas as precauções, decidimos cancelar o salão para que através da Lei Aldir Blanc, apenas artistas de Resende fossem contemplados e futuramente suas obras serão expostas no MAM. Então os artistas apenas do município serão contemplados”, destacou.

Segundo Zaidan, o salão não foi o único evento cancelado pela FCCMM este ano devido a situação atípica provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Na verdade ele (o Salão) foi cancelado esse ano como todas as outras ações que não pudemos ter nesse ano atípico, como não tivemos Exapicor, Fester (Festival de Teatro de Resende), eventos ligado à cultura por conta da pandemia”. Ainda que não tenha ocorrido esses eventos, o presidente aponta que os artistas locais que participariam desses eventos não ficarão desamparados.

Questionado se o Conselho da Cultura do município tomou conhecimento do cancelamento da 48ª edição do Salão da Primavera, o presidente da FCCMM se limitou a citar a preocupação dos membros em garantir para Resende o benefício aprovado no Congresso Nacional para beneficiar os artistas prejudicados pela suspensão dos eventos em 2020.

– O conselho está totalmente focado na Lei Aldir Blanc, eles sabem sobre a importância da lei e do recurso que Resende receberá. Todas as reuniões estão sendo feitas para a lei e sobre a distribuição. Sobre algumas medidas tomadas em relação aos eventos culturais, não informamos, até porque são medidas que não podem acontecer, pois não podemos aglomerar, não podemos divulgar no período eleitoral segundo a lei 9.504/97 e com isso todas as redes socais da prefeitura tiveram que serem desligadas, inclusive para eventos, inscrições e premiações, com isso iremos e estamos focando na lei emergencial Aldir Blanc. (…) O papel do conselho é fiscalizar e (os membros) estão totalmente focados na distribuição dos recursos que o município irá receber.

Zaidan adiantou que Resende receberá um valor de quase R$ 900 mil e o conselho está focado em reuniões para dar suporte aos artistas e qual a melhor forma de distribuir o recurso. Outro motivo pra não haver os eventos, incluindo o Salão, é que a FCCMM não pode utilizar as páginas socais para divulgar todos os eventos, sejam eles virtuais ou “presenciais”, como exposições permanentes.

No último dia 4, uma terça-feira, o MAM Resende chegou a abrir as inscrições para a 48ª edição do Salão da Primavera. Caso o evento fosse realizado, os artistas – tanto os resendenses quanto os de fora do município – poderiam se inscrever até o dia 18 de setembro, e a exposição começaria a ser realizada no dia 5 de novembro, de forma virtual. Realizada desde o ano de 1950, junto com a Prefeitura de Resende e a Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda, o Salão da Primavera do MAM acontece todos os anos “com o objetivo de difundir a produção dos artistas visuais da cidade, promover o intercâmbio com a produção de artistas brasileiros, e incentivar a formação de público, bem como enriquecer e valorizar o acervo do museu”.

O benefício concedido pela Lei Aldir Blanc em Resende será tema de um debate online que acontecerá nesta segunda-feira, dia 17, de forma virtual pela Web Conferência de Cultura de Resende, a partir das 19 horas. Outras informações sobre o evento poderão ser conferidas em uma matéria informativa publicada semana passada pelo jornal BEIRA-RIO clicando aqui.

A Lei 14.017/2020, denominada de Lei Aldir Blanc, foi criada para garantir uma renda emergencial para trabalhadores da cultura, bem como para manutenção de espaços culturais brasileiros, nos mesmos moldes do auxílio emergencial criado para trabalhadores autônomos ou desempregados de outras profissões.

Foto: Arquivo

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